9.8.06

>> IPM é parceiro do Ministério da Educação na avaliação do Programa Brasil Alfabetizado.

O Ministério da Educação (MEC), através da SECAD – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, vem implementando uma série de ações visando avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade do Programa Brasil Alfabetizado, o que permitirá aperfeiçoar o desenho do programa.O Brasil Alfabetizado é um programa do Governo Federal que transfere recursos a Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, instituições de ensino superior, entidades do Sistema “S” (SESI/SENAI, SESC/SENAC e outros) e ONGs com o objetivo de financiar a formação e a concessão de uma bolsa para os alfabetizadores.

O Instituto Paulo Montenegro, em parceria com o IBOPE Opinião, foi selecionado para participar das ações de avaliação, tendo em vista sua expertise na área da educação e pesquisa. Além disso, a fim de obter excelência no processo de avaliação do Programa Brasil Alfabetizado, a SECAD fez parceria com diversas instituições, como o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o CEALE/GAME (Centro de Alfabetização e Leitura e Escrita/Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e a SCIENCE (Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas).

Para que a avaliação abrangesse todos os atores envolvidos na execução do Programa (alfabetizandos, alfabetizadores e gestores das entidades parceiras), foram criados diversos instrumentos de pesquisa, incluindo ferramentas do INAF – Indicador de Alfabetismo Funcional, desenvolvido pelo Instituto Paulo Montenegro em parceria com a ONG Ação Educativa. O INAF mede habilidades de leitura, escrita e matemática e coleta informações sobre os usos que as pessoas fazem destas habilidades.As habilidades de leitura e escrita e matemática são verificadas diretamente por meio da aplicação de um teste cognitivo, elaborado pelas equipes do CEALE/GAME da UFMG, com base no INAF. Além do teste, é aplicado um questionário para levantamento do histórico familiar e educacional dos respondentes, incluindo informações sócio-econômicas.


Durante o mês de dezembro de 2005, foi realizado um pré-teste para verificação das ferramentas utilizadas na avaliação do Programa Brasil Alfabetizado. Participaram dele 65 turmas em diversos Estados do Brasil (Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo), nas quais 640 alfabetizandos, 65 alfabetizadores e 52 gestores de instituições parceiras responderam aos testes e questionários.Após a execução do pré-teste, os instrumentos estão sendo revistos com o objetivo de facilitar a aplicação e melhor apurar os resultados. Os entrevistadores do IBOPE Opinião iniciarão o trabalho de campo na 2ª quinzena de maio de 2006.

>> Reclassificados do ProUni têm esta semana para confirmar dados.

Termina nesta sexta-feira, dia 11, o prazo para os candidatos reclassificados do Programa Universidade para Todos (ProUni) comparecerem à instituição de ensino em que foram selecionados, para confirmar seus dados socioeconômicos. A confirmação das informações é fundamental para o candidato garantir a bolsa do ProUni.
Foram reclassificados 16.968 candidatos que preencherão parte das 43.614 vagas oferecidas pelo ProUni para o segundo semestre deste ano.

Eles vão ocupar as vagas dos candidatos selecionados cujos dados socioeconômicos não foram confirmados. A lista dessas pessoas está disponível na página eletrônica do ProUni, ou pelo telefone 0800-616161.
Criado em 2004, o Programa Universidade para Todos ofereceu, em 2005, 112.275 bolsas e, no primeiro semestre de 2006, 91.609 vagas. Podem concorrer alunos que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas, os que estudaram em escolas particulares com bolsa integral e os professores da rede pública de ensino básico em efetivo exercício.

Todos devem, ainda, ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
São também requisitos obrigatórios ter renda familiar por pessoa de até um salário mínimo e meio (R$ 525,00), para concorrer a uma bolsa integral, e de até três salários mínimos por pessoa da família (R$ 1.050,00), para concorrer a uma bolsa parcial de 50% da mensalidade.

>> Exclusão ainda é marca da educação no Brasil, diz Ipea.

A exclusão social ainda é uma marca no sistema educacional brasileiro, embora o país já consiga fazer com que todas as crianças entrem na escola. A análise faz parte da segunda fase do estudo 'Brasil - O Estado de uma Nação', divulgado hoje pelo Ipea (Instituto de Política Econômica Aplicada).Dos que entram, 84% concluem a 4ª série e 57% terminam o ensino fundamental. No ensino médio, o índice de conclusão é de apenas 37%. O estudo destaca que a exclusão atinge a população com menos recursos. Na primeira série, cerca de dois terços dos estudantes vêm de segmentos mais pobres da população. Já no ensino superior, menos de 5% têm essa origem. Apesar da exclusão, o Ipea destaca a expansão do ensino básico, que já está próximo da universalização, o crescimento do ensino superior.

Para que esse processo tenha continuidade, sugere o investimento em qualidade, sobretudo no ensino de nível básico, e a expansão do ensino médio.De acordo com o estudo, a má qualidade no sistema educacional vem da necessidade da entrada prematura da população no mercado de trabalho. Isso leva a, mais tarde, parte dessa população procurar programas de educação e treinamento. O Ipea lembra Sistema de Avaliação do Ensino Básico classificou a metade dos alunos da quarta série como incapazes de ler um texto relativamente simples e que isso significa mão-de-obra inabilitada para operar em uma economia moderna, lembrando que a renda será determinada pelo investimento em educação.Nível superiorNo caso da população universitária, o destaque é que ela passou de 1,4 milhão em 1980 para 4,2 milhões.

O crescimento do número de vagas oferecidas foi de 64%, no setor privado, e de 56%, no setor público, mas ainda há uma demanda represada.Para o Ipea, o crescimento dessas vagas no setor privado está ligado à burocracia para a autorização de funcionamento de cursos; à preocupação com um crescimento desordenado da educação privada; e ao medo de competição de novas escolas particulares.Outro ponto é a demanda. Entre os 40% mais pobres, praticamente inexiste demanda para o ensino superior (público ou privado).Já as novas vagas por meio do setor público acarretariam em um investimento elevado. Hoje, esse gasto representa 0,82% do PIB (Produto Interno Bruto).