17.8.06

>> Manifestação na PUC-SP - "Cadeiraço".

>> São Paulo suspende avaliação de escolas.

O governo paulista decidiu cancelar neste ano o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar no Estado de São Paulo (Saresp), prova feita com alunos da rede pública. Segundo o jornal Estado de São Paulo, a Secretaria da Educação informou que o exame não será aplicado porque não houve tempo para estruturar a prova de 2006 e avaliar os resultados de 2005.


Muitos professores afirmaram que desconheciam da decisão. "Se tem um motivo justo (para a suspensão), é preciso explicar o que aconteceu", disse a presidente do sindicato dos professores, Maria Izabel Noronha.
A suspensão do Saresp pode estar relacionada também à concorrência com a Prova Brasil. Criada em 2005 pelo Ministério da Educação (MEC), a avaliação nacional é realizada de forma semelhante, mas oferecida gratuitamente a todas as redes públicas do País.


Para a ex-secretária da Educação Rose Neubauer, o governo tomou o rumo correto. "Acredito que foi uma decisão prudente, em defesa do recurso público", disse. A prova custa R$ 9 milhões. Para ela, é preciso estudar melhor os resultados do exame para que realmente possam orientar políticas.

>> Enade: 61% dos alunos vieram da rede pública.

O perfil socioeconômico dos alunos avaliados pelo Enade 2005 mostra que, em média, 60,6% fizeram o ensino médio em escola pública. Além disso, 33,6% se declararam pretos ou pardos e 29% pertencem a famílias com renda de até três salários mínimos por mês.

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, os números mostram que o projeto de cotas será praticamente nulo para alguns cursos em que o percentual de alunos egressos do ensino médio da rede pública já ultrapassa os 50% atualmente.


O projeto, que aguarda votação na Câmara, prevê a reserva das vagas de todos os cursos de universidades federais para egressos médio público. Entre elas, há proporção para pretos e pardos segundo a população do Estado onde a instituição fica.
Quando o foco é a renda, nota-se um pequeno aumento no percentual de formandos que pertencem a famílias com até três salários mínimos mensais.

Passou de 24,6% em 2002 para 29% no ano passado. O número de quem se declara pretos ou pardos também cresceu: 28% para 33,6%.
A análise também mostra - apesar de ser impossível fazer uma comparação direta - que, em 2004, apenas 34,7% dos estudantes eram egressos da rede pública.

Só 20,7% se declararam pretos e pardos e 17,5% tinham renda familiar de até três salários mínimos. No entanto, naquele ano, os cursos avaliados foram os considerados de "elite", como medicina e odontologia.