25.7.06

>> Mercadante quer ser conhecido como "governador da educação".

"Quero passar para a história como o governador que fez da educação a paixão de São Paulo", disse o senador, candidato do PT ao governo paulista, durante a inauguração do comitê de sua campanha neste sábado

O senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo paulista, afirmou neste sábado, durante a inauguração do seu comitê de campanha em São Paulo, que pretende ser "o governador da educação". "Eu não quero ser lembrado como governador que construiu presídios ou estradas, mesmo que elas sejam necessárias. Quero passar para a história como o governador que fez da educação a paixão de São Paulo."

Ele recebeu uma surpresa na festa, que foi a chegada inesperada do vice-presidente José Alencar, que saiu do hospital Sírio Libanês direto para o comitê.

Como não pôde subir as escadas, Alencar foi recebido no piso térreo por Mercadante e o presidente estadual do PT, Paulo Frateschi. Bem disposto, Alencar brincou e fez todos rirem ao dizer que a comida do hospital o engordou. "Eles só davam sopa e eu com fome comia tudo. Agora vou ter que fazer campanha para emagrecer." Como vai ficar mais alguns dias em São Paulo, Alencar se ofereceu para receber empresários no comitê de Mercadante e fazer campanha para ele.

O comitê de Mercadante estava lotado de militantes e simpatizantes, além de políticos. Sobre sua presença na internet, ele afirmou que foi idéia do seu filho Pedro. "Ele me disse que eu tinha que ir para a militância eletrônica, a nova geração está lá." Em seguida foi feita a demonstração do site, apresentado como uma inovação, chamada de TV Mercadante, dentro do site, que vai transmitir duas horas diárias de imagens ao vivo da campanha.

Mercadante disse que a tecnologia da internet vai evoluir em seu governo e pretende instalar internet banda larga nas escolas, além de participar do programa do lap top popular. "Vamos distribuir lap tops populares para as crianças das escolas. Eles hoje custam US$ 140 e devem baixar para US$ 100. São pequenos como uma lancheirinha."

Sobre seu futuro governo, Mercadante lembrou uma famosa frase do atual prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. "Bloomberg quando assumiu a prefeitura de Nova York, disse que desejava ser avaliado com as mesmas notas dos alunos da rede pública. É o que proponho. Me avaliem, pelas notas da educação das crianças de São Paulo."

No comitê, na região do Ibirapuera, Mercadante recebeu a ex-prefeita Marta Suplicy, o senador, candidato à reeleição Eduardo Suplicy e a candidata a vice-governadora, Nadia Campeão, acompanhada do marido. A esposa de Aloizio, Regina Mercadante, e o filho Pedro, de 20 anos, também estavam na festa. Mercadante disse à Marta que a periferia tem saudades dela. "Vamos amassar barros juntos e mostrar o que o atual governo deixou de fazer."

21.7.06

>> Web muda jeito de alunos estudarem para as provas.

Acabou o tempo em que aquele colega muito bom de matemática era a única saída para aprender a resolução de um exercício. Com a internet, novas ferramentas para os candidatos surgiram. E isso não é um estímulo para o estudo individual: é possível, sim, fazer amizades on-line, tirar dúvidas em conjunto e até se divertir --apesar do estresse da fase do vestibular.

O Orkut (site de comunidades virtuais) é mais do que uma forma de lazer para muitos vestibulandos. Nos fóruns, muito assunto sério vem sendo discutido. Como na comunidade Fuvest 2007 --hoje com pouco mais de 900 integrantes--, onde até as brincadeiras, como o "jogo do vestibular", apresentam perguntas e respostas sobre temas recorrentes.

Fora a sensação de segurança que dá encontrar outros candidatos na mesma situação. Ane Talita da Silva Rocha, 19, sabe muito bem o que isso significa. "Na divulgação da lista da Fuvest, a comunidade do Orkut fez um encontro virtual chamado chat dos desesperados. Foi lá que soube do resultado", diz.

O comentário ranzinza de que a internet tomou tempo de estudo não cabe nesse caso. "Eu passei em ciências sociais e a maioria do pessoal da comunidade também passou no que queria", relata a jovem.

Para manter o estudo e a diversão na medida certa, a chave é o autocontrole. "Se eu ligar o computador, passo o dia. Por isso dei uma maneirada. Tento ligar só às 18h, depois de estudar", conta André Santos Souza, 17, candidato a economia.

Coisa séria

O interesse pelo mundo virtual fez com que Wilton Pinheiro, 22, criasse o site Fichário Online. Despretensioso, o jovem queria apenas tornar acessível as anotações de um vestibulando. A iniciativa não só deu certo como alcançou o número de cerca de 12 mil a 15 mil visitas de internautas por dia.

De 1999, quando surgiu, a 2003, o trabalho do webmaster (quem constrói o site) era o de inserir conteúdo. "Em 2002, quando entrei na Unicamp, é que o número de visitas explodiu. Daí consegui uma bolsa de iniciação científica que me permitia sustentar o site", conta.

Formado, Wilton viaja para a Holanda para trabalhar com e-learning (aulas via e-mail), mas promete não abandonar o site, que terá novidades. Além de poder comentar os conteúdos, o que já acontece, os usuários terão a possibilidade de incluir as matérias. "Todos respeitam bastante. Só uma vez um usuário escreveu um palavrão."

Cursinho a distância

Com a tecnologia, que possibilitou a criação de vários cursos de graduação e de pós a distância, o pré-vestibular com aulas via satélite virou uma realidade. A primeira experiência vai ser realizada pelo Instituto Borges da Silveira, do Paraná.

"O ensino a distância é a maneira mais fácil de atingir todas as pessoas", afirma o ex-ministro e presidente do instituto, Luiz Carlos Borges da Silveira. A proposta, segundo ele, vai funcionar como um projeto de responsabilidade social.

A pretensão é alcançar cerca de 100 mil alunos nas aulas, que começam em 18 de setembro. "O processo é igual ao das salas presenciais, só que o professor não vai estar lá", explica Marco Aurélio Kalinke, do Pré-vestibular Cidadão, nome que o cursinho a distância recebeu.

O projeto ainda busca instituições que tenham interesse em montar salas de aulas, cujo custo gira em torno de R$ 2.000, e parceiros que queiram imprimir o material didático. Mais informações pelo telefone 0800-600-4999 ou no site do programa.

>> Escolas da prefeitura terão ensino religioso.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), sancionou uma lei que inclui o ensino religioso no currículo escolar do ensino fundamental do município. A decisão foi publicada no "Diário Oficial" da Cidade do sábado passado.

O texto do diploma legal, de autoria do vereador Domingos Dissei (PFL), determina que "fica assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa, vedada quaisquer formas de proselitismo ou qualquer primazia entre as diferentes doutrinas religiosas".

A lei estabelece que a matrícula na disciplina é facultativa. As aulas devem acontecer sempre no último horário.

A Secretaria Municipal da Educação disse, em nota à imprensa, que está analisando a regulamentação da lei "buscando as soluções mais adequadas para atender às disposições legais sem ferir os princípios constitucionais de liberdade de credo". O órgão não informou a partir de quando a disciplina deve começar a ser oferecida nem quem vai ministrá-la.

O vereador Dissei diz que propôs a lei por achar fundamental "a presença de Deus na formação da criança".

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da educação determina que todas as escolas públicas do país devem oferecer ensino religioso. Segundo a lei, para definir o conteúdo da disciplina, a secretaria de educação deve ouvir uma entidade civil constituída por diferentes denominações religiosas.

>> Deputado estadual usa diploma falso.

Deputado estadual pelo PMDB e vice-presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa de São Paulo, José Geraldo Dias Lopes, 52, apresentou um certificado falso de conclusão do ensino médio para fazer um curso de ensino superior na faculdade Radial, na zona sul da capital paulista, onde se formou em 2005.

Lopes prestou vestibular e foi aprovado para cursar marketing de varejo na instituição. Para se matricular, entre os documentos exigidos, entregou um comprovante do antigo colegial emitido de maneira irregular por dois servidores de uma escola pública de Salvador.

O deputado estadual, que será candidato à reeleição em 2006 e está hoje com seu diploma universitário em mãos, podendo fazer inclusive uma pós-graduação, só havia concluído as aulas do ensino fundamental quando entrou na faculdade.

Ele diz que, nos anos 70, tentou prosseguir com os estudos por meio do "madureza" --um tipo de supletivo--, mas acabou desistindo no meio do curso.
O certificado de conclusão do ensino médio que ele apresentou à faculdade Radial informa que ele teria completado 800 horas de aula em 1996 e outras 800 horas letivas em 1997 no colégio estadual Edvaldo Fernandes, de Salvador, como parte de um curso de educação básica para jovens e adultos.

Lopes, porém, nunca teve essas aulas na Bahia, até porque trabalhava diariamente na capital paulista. Na época, ele foi coordenador da campanha eleitoral do vereador Milton Leite, do PMDB, e chefe-de-gabinete do parlamentar na Câmara Municipal, cargo que exerceu entre 1997 e 2002.

"Ele nunca estudou por aqui. Não há veracidade, validade nenhuma nesse certificado", afirmou Antônia Amorim, funcionária do colégio a quem a reportagem enviou, por fax, uma cópia do "histórico escolar" do deputado estadual, com notas de 5,5 a 7,5 em dez disciplinas.

Em entrevista à Folha, ele admitiu não ter participado dessas aulas do ensino médio, mas alegou que foi enganado para a obtenção do certificado, que imaginava ser regular.

O deputado diz que não agiu de má-fé e que chegou a fazer uma prova em Salvador, após pagar uma taxa entre R$ 300 e R$ 400 a um intermediário contatado em São Paulo.

Ele afirma ter visto um panfleto que anunciava a possibilidade de obter um diploma do ensino médio no prazo de 30 dias, sem participar das aulas, sendo necessário só a prova.

Ligou para um celular indicado no papel e soube que teria só de se deslocar, num único dia, até Salvador, onde faria um exame. Pagou de R$ 30 a R$ 40 por matéria ao intermediário e recebeu seu certificado de conclusão do ensino médio por correio, seis meses depois.

A emissão irregular do documento de conclusão do ensino médio foi feita por dois servidores do colégio, um diretor e uma secretária escolar, que acabaram denunciados à Secretaria da Educação da Bahia, mas foram exonerados só em agosto de 2001, após dois anos de apuração administrativa.

Várias fraudes

Dezenas de certificados foram emitidos para quem fez uma única prova na escola, sem ter freqüentado as aulas. Eles foram anulados pelo governo estadual e não constam atualmente dos registros oficiais.

Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, em torno de 30 casos já foram identificados desde então. Antônia Amorim, que trabalha na escola, disse que mais de cem pessoas já telefonaram para lá nos últimos anos para contestar a validade da documentação. "Ligam de todos os lugares do Brasil e até do exterior", afirmou ela.

O curso superior que Lopes concluiu em agosto de 2005 na faculdade Radial é considerado um tipo de graduação de curta duração --de dois anos, na média. O formando se torna tecnólogo e não bacharel.

O diploma permite a continuidade dos estudos na pós-graduação, tanto do tipo "lato sensu" como "stricto sensu".

O certificado de conclusão do ensino médio apresentado pelo deputado à faculdade está autenticado e registrado em cartório. A Radial diz que não tem como conferir a veracidade dos documentos entregues por todos os alunos matriculados.

O Ministério da Educação, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não tinha conhecimento da emissão dos comprovantes irregulares do ensino médio na Bahia.

Segundo a pasta, a validade do diploma do ensino superior obtido em uma situação dessas só pode ser contestada depois de ação do Ministério Público. O aluno, mesmo sem ter feito as aulas do ensino médio, pode tentar a convalidação do diploma no Conselho Nacional de Educação se ele for anulado.

Outro lado

O deputado estadual Geraldo Lopes alegou à Folha ter sido vítima de uma fraude para a obtenção do certificado de conclusão do ensino médio.

Embora nunca tenha participado das aulas na escola pública de Salvador, ele disse que imaginou que poderia obter um diploma fazendo só uma prova, conforme explicou a ele um intermediário que anunciava essa oportunidade.

"Hoje, como tenho um conhecimento bem maior das coisas, posso perceber que realmente algo estava errado. Mas juro que não fiz nada por má-fé", afirmou.

"Quando fui lá fazer a prova, havia umas 30 pessoas na sala, gente do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo", conta.

Lopes afirmou que não desconfiou da fraude por envolver uma instituição pública. "Eu não me preocupei tanto porque pensei: é uma escola pública."

Questionado sobre por que não foi verificar a situação após receber um certificado que dizia que ele havia cumprido uma carga horária de 1.600 horas, Lopes afirmou que nem chegou a perceber essa informação em seu documento.

O político do PMDB disse que pretende tomar as medidas possíveis para regularizar a situação. Ele afirmou que a denúncia obtida pela Folha tem motivação política, de pessoas que querem prejudicá-lo e denegrir a sua imagem. Disse, porém, que preferia não revelar por enquanto quem são elas.
O deputado disse que a prova feita em Salvador não foi difícil e que nunca mais conseguiu falar no celular do intermediário que recebeu seu pagamento.

Lopes deu essas explicações ontem, por telefone. No dia anterior, recebeu a reportagem em seu gabinete e disse inicialmente que havia freqüentado a escola estadual em Salvador.

>> SP quer fim do curso de 4 horas.

O governo paulista e a Prefeitura de São Paulo prometeram ontem acabar com o turno de aulas no horário do almoço, unificar as decisões sobre construção de escolas na capital e, no futuro, padronizar os currículos das duas redes públicas.

O Estado promete acabar com o chamado "turno da fome" no próximo ano letivo, e a prefeitura, em 2008. Nesse regime, os estudantes têm aula das 11h às 15h, aproximadamente, e, apesar do apelido, recebem alimentação no colégio.

Os dois governos trabalharão em conjunto na construção de novas escolas ou salas de aula em colégios já existentes.

Maria Lúcia Vasconcelos, secretária estadual da Educação, disse haver 169 colégios (102 mil alunos) com turno intermediário em sua rede. A carga irá de três horas e 40 minutos para cinco horas de aula/dia.

Já Alexandre Schneider, secretário municipal da Educação, afirma ter 309 colégios com "turno da fome" em sua rede, com 129 mil estudantes. No caso municipal, não há previsão de elevar a carga horária.

A presidente da Associação Estadual de Pais e Alunos, Hebe Tolosa, diz que torcerá para o fim do turno intermediário acontecer. "Se o governo cumprir, será uma maravilha."

Falta de vagas

Mas alguns pais têm receio de que seja mais difícil conseguir vaga para os filhos. "Se com os três turnos já é complicado, imagine se acabarem com ele? Dizem que vão construir mais escolas, mas nunca cumprem", diz Silvana Maria de Oliveira, moradora do Jardim Helena, zona leste. Seu filho Wesley, 9, está na 3ª série no "turno da fome". O problema, para ela, é o fato de o filho passar poucas horas na escola. "Não dá para aprender quase nada."

Segundo a prefeitura, a estimativa inicial indica sobra total de 37 mil vagas na 1ª série do ensino fundamental em São Paulo para 2007. No entanto, nas áreas periféricas da cidade, que ele chama de "pontas", há um déficit de 32 mil vagas.

As áreas mais problemáticas são as zonas sul e norte, onde, em razão das áreas de manancial, é mais complicado encontrar terreno para construir.

Sindicato

Os sindicatos de professores são favoráveis à extinção do "turno da fome" nas escolas estaduais e municipais de São Paulo, desde que isso não signifique demitir servidores.

"Isso não é novidade, todo secretário que entra coloca isso como meta", disse Cleiton Gomes, 38, secretário-geral do Sinpeem (sindicato dos funcionários da rede municipal).

Segundo ele, resta saber se a decisão é pedagógica ou econômica. "Aumentar o número de escolas é uma reivindicação antiga nossa. Mas, se para acabar com os três turnos houver demissão de professores ou inchaço das salas de aula, é preferível que não aconteça", disse.

>> Governo vai priorizar cotas para escolas públicas, diz ministro.

O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse na quinta-feira (13) que o governo vai priorizar o projeto que prevê a reserva de vagas nas universidades para estudantes de escolas da rede pública, em detrimento do projeto de cotas raciais.

Ele afirmou que o governo preferiu ampliar a discussão sobre o Estatuto da Igualdade Racial, que dividiu intelectuais e movimentos por direitos de comunidades negras.

"A preocupação do governo é aprovar o seu projeto de lei que vincula a escola pública à universidade pública, à semelhança do projeto que aprovamos do ProUni (Programa Universidade para Todos) e que dentro comporta uma política afirmativa de cotas", disse o ministro.

"O governo acha que a ministra Matilda [Igualdade Racial] está coordenando bem esse processo, mas nós achamos --e a ministra concordou-- que em relação ao Estatuto a discussão precisa ser ampliada."

>> Alunos de 1ª e 4ª séries terão reforço de matemática em SP.

A partir do ano que vem, os alunos de primeira e quarta séries das escolas da Prefeitura de São Paulo terão aulas de reforço de matemática. O secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, afirmou à Folha que estenderá o programa Ler e Escrever, no qual os estudantes das duas séries têm aulas extras de português, para a disciplina porque a rede não está indo bem com as contas.

Os resultados da Prova Brasil --avaliação do Ministério da Educação com todas as escolas de ensino fundamental municipais e estaduais do país com mais de 30 alunos-- mostraram que os alunos de quarta série da Prefeitura de São Paulo obtiveram 166,86 pontos em matemática, de um total de 350. A média brasileira ficou em 179,98.

Apesar de a pontuação ter sido maior do que a de português (160,42 pontos), o resultado deixou a cidade na 450ª colocação no ranking das mais de 600 prefeituras do Estado de São Paulo. Português ficou em 448º lugar.

"Começamos o Ler e Escrever com português porque o estudante precisa entender o enunciado de um problema para saber o que está sendo pedido", diz Schneider. "Mas vamos ampliar o projeto no ano que vem." Ainda não há nome para o novo programa.

O programa Ler e Escrever foi lançado oficialmente pelo ex-prefeito José Serra (PSDB) em fevereiro e funciona com professores recrutados entre alunos de faculdades de pedagogia e letras, que recebem R$ 400 por 20 horas semanais e comprovante de estágio.

De acordo com o secretário, ele já está presente em 85% das classes de primeira série. Reportagem da Folha de 24 de junho, no entanto, mostra que o programa só havia começado em 44% das classes.

Outro objetivo é ampliar o projeto para o segundo ciclo do ensino fundamental (de quinta a oitava séries) e envolver mais disciplinas.

Lógica

Para Maria Amábile Mansutti, que coordenou os Parâmetros Curriculares Nacionais de matemática, é preciso adotar novas metodologias no ensino da disciplina. "Os alunos têm de entender a lógica e não achar que matemática é apenas memorização", afirmou.

Renan Alves, 10, aluno da quarta série da rede municipal de São Paulo, até que vai bem na disciplina, mas diz não gostar de matemática. "A gente tem que ficar decorando muita coisa e é fácil de confundir. Prefiro artes e português."

Leônidas de Oliveira Brandão, do Laboratório de Ensino de Matemática da Universidade de São Paulo, diz que é preciso usar diferentes recursos, como o computador, e formar melhor os professores da disciplina. "Se olharmos os dados dos provões do Ministério da Educação que analisaram os cursos de licenciatura em matemática, nota-se que a formação está aquém da necessária."

>> USP reabre inscrições para isenção de taxa do vestibular 2007.

A USP (Universidade de São Paulo) reabriu as inscrições para pedidos de isenção de taxa para o vestibular Fuvest 2007.

Pode se inscrever quem já concluiu ou vai concluir neste ano o ensino médio em escola pública ou pertence a família com renda per capita igual ou inferior a R$ 385,00. O candidato tem de morar no Estado de São Paulo.

Os interessados deverão retirar e entregar o formulário de requisição em um dos 21 postos da região metropolitana de São Paulo e 18 do interior do Estado. A lista com os locais de funcionamento dos postos e endereços está no site da Fuvest.

Os postos ficarão abertos das 8h às 17h nos dias 5, 6, 12 e 13 de agosto. Os endereços também serão divulgados em cartazes, colocados nas escolas públicas em que há ensino médio.

>> Ministério Público cobra cortes na PUC-SP.

O Ministério Público de São Paulo está cobrando um novo corte de despesas na PUC-SP. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a auditoria realizada pelo MP verificou que o corte de 30% no quadro de professores e funcionários não foi suficiente para reduzir despesas.

A Fundação São Paulo, que mantém a universidade, concordou com o resultado. O cardeal dom Cláudio Hummes, que ocupa o principal posto da fundação, se comprometeu acabar com déficit mensal da instituição, que ficará na casa dos R$ 2 milhões a partir de outubro. Este valor representa cerca de 10% do faturamento mensal da instituição.

O promotor do Ministério Público Airton Grazzioli afirma que se a PUC não conseguir pagar a dívida, ela fecha, porque todo seu patrimônio está como garantia dos empréstimos.

A promotoria indicou à universidade as medidas para conseguir zerar seu déficit. Entre elas estão uma maior cobrança aos alunos inadimplentes, diminuição no número de bolsas, controle de professores faltosos e adequação dos salários de professores e de funcionários com os valores pagos em outras universidades.

A decisão não agrada a associação dos docentes da PUC (Apropuc). Para o diretor da instituição, Erson de Oliveira, a medidas visam a transformação da universidade em um modelo meramente mercantil.

A situação financeira da PUC ficou insustentável no final do ano passado, quando a instituição viu que não poderia atingir a meta acertada com os bancos de zerar um déficit mensal de R$ 4 milhões.