Pesquisar projetos e ações que ajudem a melhorar o aprendizado de alunos em escolas públicas e que possam servir de estímulo a boas práticas educacionais no país.Esse é o objetivo de uma pesquisa que começou a ser feita pelo governo federal em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o Banco Mundial.
Para isso, serão visitadas 36 escolas públicas de ensino fundamental (da 1ª à 8ª série) selecionadas entre as que tiveram melhores médias na Prova Brasil 2005.A proposta é enviar pesquisadores a todas essas unidades --nas cinco regiões brasileiras-- para averiguar as ações e os projetos que estão influindo no desempenho dos alunos. "A idéia é fazer estudo de caso de sistemas municipais e escolas com bons resultados na avaliação nacional para disseminar boas práticas", diz o ministro Fernando Haddad (Educação).
Também serão avaliados sistemas municipais de ensino --número de cidades visitadas ainda será definido.MetodologiaPara chegar às unidades de destaque avaliadas na pesquisa, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais fez uma classificação entre as quase 41 mil escolas públicas que tiveram turmas inscritas na Prova Brasil do ano passado.
O exame avaliou alunos de 4ª e 8ª séries nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. Além das notas dos estudantes, foram incluídas outras variáveis na seleção. Entre elas estão indicadores socioeconômicos dos municípios e o perfil familiar. Foram selecionadas 200 escolas e, a partir dessas, as 36 que serão visitadas.
28.9.06
>> Alunos de escola de lata e de CEU têm desempenho igual.
O desempenho dos alunos que estudaram nas improvisadas escolas de lata da cidade de São Paulo é praticamente o mesmo dos matriculados nos CEUs, centros educacionais que custaram em média R$ 17 milhões e possuem uma infra-estrutura diferenciada, com bibliotecas, teatro e laboratórios.Levantamento feito pela Folha com base na Prova Brasil (exame promovido pela União) aponta que a diferença das médias dos estudantes dos dois modelos ficou em cerca de 2%, em favor dos CEUs.
A diferença, segundo os próprios organizadores da prova, que abrange matemática e português, é estatisticamente irrelevante.Nos CEUs, a média em língua portuguesa foi de 162,74, contra 159,02 nas de lata (variação de 2,28%). Em matemática, as notas foram, respectivamente, 169,37 e 165,45 (variação de 2,31%). A média da rede pública também é similar (160,42 em português e 166,86 em matemática). Os exames foram aplicados à quarta série do ensino fundamental. As notas variam de zero a 325 (português) e zero a 350 (matemática).
Para educadores, os dados mostram que a qualidade do ensino municipal é baixa --São Paulo ficou em 21º no exame, considerando as 26 capitais do país e o Distrito Federal. Abrangendo a rede pública, a Prova Brasil foi aplicada pela primeira vez em novembro de 2005, o que impede a comparação com períodos anteriores.Consideradas o "inferno" por esquentarem demais no verão, serem frias no inverno e barulhentas quando chove, as escolas de lata foram feitas para atender a demanda na gestão Celso Pitta (hoje no PTB), mas continuaram funcionando.
A Secretaria da Educação diz que a última será desativada hoje.Já os CEUs, apelidados de "paraíso" por pais e alunos, contam com salas de aula arejadas, piscinas e até pista de skate. Essas escolas, que começaram a funcionar em 2004 na gestão Marta Suplicy (PT), têm cursos de música e artes. Na época, a oposição questionou os gastos argumentando que seria possível construir cerca de dez escolas "normais" com os recursos de um único CEU.A reportagem entrevistou sete educadores para analisar os dados do exame.
Todos dizem que a infra-estrutura é importante para o desenvolvimento social das crianças, mas só o incentivo aos professores e uma melhor organização pedagógica podem fazer diferença no aprendizado dos alunos."A latinha é condenável, é uma falta de dignidade. Mas esses números mostram que, mais do que piscina ou teatro, os alunos precisam de bons professores", diz Ana Rosa Abreu, do Instituto Sangari, coordenadora dos parâmetros curriculares nacionais.
O levantamento da Folha abrangeu notas de 20 CEUs e 26 escolas de lata que funcionavam em novembro e cujos cadastros eram os mesmos tanto no banco de dados da Prova Brasil quanto da secretaria.
A diferença, segundo os próprios organizadores da prova, que abrange matemática e português, é estatisticamente irrelevante.Nos CEUs, a média em língua portuguesa foi de 162,74, contra 159,02 nas de lata (variação de 2,28%). Em matemática, as notas foram, respectivamente, 169,37 e 165,45 (variação de 2,31%). A média da rede pública também é similar (160,42 em português e 166,86 em matemática). Os exames foram aplicados à quarta série do ensino fundamental. As notas variam de zero a 325 (português) e zero a 350 (matemática).
Para educadores, os dados mostram que a qualidade do ensino municipal é baixa --São Paulo ficou em 21º no exame, considerando as 26 capitais do país e o Distrito Federal. Abrangendo a rede pública, a Prova Brasil foi aplicada pela primeira vez em novembro de 2005, o que impede a comparação com períodos anteriores.Consideradas o "inferno" por esquentarem demais no verão, serem frias no inverno e barulhentas quando chove, as escolas de lata foram feitas para atender a demanda na gestão Celso Pitta (hoje no PTB), mas continuaram funcionando.
A Secretaria da Educação diz que a última será desativada hoje.Já os CEUs, apelidados de "paraíso" por pais e alunos, contam com salas de aula arejadas, piscinas e até pista de skate. Essas escolas, que começaram a funcionar em 2004 na gestão Marta Suplicy (PT), têm cursos de música e artes. Na época, a oposição questionou os gastos argumentando que seria possível construir cerca de dez escolas "normais" com os recursos de um único CEU.A reportagem entrevistou sete educadores para analisar os dados do exame.
Todos dizem que a infra-estrutura é importante para o desenvolvimento social das crianças, mas só o incentivo aos professores e uma melhor organização pedagógica podem fazer diferença no aprendizado dos alunos."A latinha é condenável, é uma falta de dignidade. Mas esses números mostram que, mais do que piscina ou teatro, os alunos precisam de bons professores", diz Ana Rosa Abreu, do Instituto Sangari, coordenadora dos parâmetros curriculares nacionais.
O levantamento da Folha abrangeu notas de 20 CEUs e 26 escolas de lata que funcionavam em novembro e cujos cadastros eram os mesmos tanto no banco de dados da Prova Brasil quanto da secretaria.
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