O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje investimentos em educação e a valorização da família para evitar que os jovens sigam para a criminalidade. "Se pobreza levasse a gente a cair ou a cometer delitos, eu não seria hoje presidente da República", afirmou o presidente, observando que foi graças à educação recebida de sua mãe que ele e os irmãos seguiram na vida.Lula condenou as prefeituras das capitais e citou a de São Paulo, que foi administrada por José Serra (PSDB), e do Rio, comandada por César Maia (PFL). Ele criticou o fato de não terem aceito parceria com o governo federal em programas de investimentos em jovens, como o Pró-Jovem. "Qual não foi a minha surpresa (ao observar) que, depois de 200 mil vagas às prefeituras no programa Pró-Jovem, elas não preencheram as vagas que nós colocamos à disposição", disse, observando que em São Paulo havia 30 mil vagas e nem 10 mil foram preenchidas."Possivelmente, sem crítica nenhuma, pode ser que as prefeituras não estivessem preparadas para cumprir uma função como essa, mas isso precisa ser corrigido num futuro muito próximo", afirmou.
O presidente afirmou que é preciso recuperar o adolescente e a família, quando ela ainda existe, mas advertiu que os problemas das casas de recuperação não serão consertados "nem com a polícia, nem com a Febem, nem com a palmatória, nem com punição". Depois de dizer que há instituições que são fábricas de bandidos, Lula reconheceu que este não é um problema de todos. "Não é um problema do presidente da República, não é do governador, não é do prefeito. É um problema gestado por um conjunto de erros que, ao longo de décadas, se acumularam na sociedade brasileira. Direta ou indiretamente, uns têm mais culpa do que os outros, mas no fundo, todos nós temos uma pequena parcela de responsabilidade", reconheceu.