1.8.06

>> Educação não é causa nem solução para segurança, diz MEC.

A falta de acesso à educação não pode ser encarada como a principal causa do aumento da violência no país e nem como a solução única para a crise de segurança. A avaliação foi feita pelo diretor do Departamento de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), Timothy Ireland, ao comentar a relação entre a oferta de ensino à população carcerária e a criminalidade. O tema é discutido em Brasília no Seminário Nacional pela Educação nas prisões.

"É uma complexidade, não se pode dizer que investindo em educação nos presídios necessariamente vai diminuir o grau de violência nas ruas. Acho que há um conjunto de fatores e de variáveis que tem que ser levado em consideração. Mas diria que a educação pode contribuir para as pessoas se desenvolverem e buscar alternativas para a sua reinserção na sociedade", afirmou Ireland.

Na avaliação do diretor, é preciso considerar outras causas da violência no Brasil, como desigualdades sociais e distribuição de renda. "A falta de acesso à escola pode contribuir, mas não pode ser culpada por todos os problemas da sociedade", reforçou. O MEC mantém, em parceria com o Ministério da Justiça e com governos estaduais, o projeto Educando para a Liberdade, em seis estados.
De acordo com o diretor, a partir de agosto, penitenciárias e presídios de outros seis estados devem fazer parte do projeto, implementando ações voltadas à formação de educadores e à revisão de aspectos pedagógicos para a educação no sistema prisional.

Outro objetivo é promover a articulação entre as secretarias estaduais de educação e as secretarias responsáveis pela administração penitenciária. O diretor chamou a atenção para o papel da educação na ressocialização dos presos.
"Acredito que a educação tem a função de ajudar a pessoa a ter outra visão de mundo, ver que é possível buscar outras formas de inserção na sociedade, de uma forma mais positiva". Ele também salientou que "as pessoas que não têm acesso à educação necessariamente têm muito mais dificuldade no acesso ao mercado de trabalho."

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