7.8.06

>> Positivas a Química duplicaram.

Na 2.ª fase dos exames nacionais duplicou o número de positivas a Química, o que, segundo a ministra da Educação, veio demonstrar que "tudo valeu a pena".

Duplicou o número de alunos com positiva a Química e 60% das disciplinas registaram média negativa. Assim se salda a 2.ª fase dos exames nacionais do 12.º ano, encerrando um conturbado período de polémica acerca dos métodos utilizados pelo Ministério da Educação (ME) na avaliação dos alunos.

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, fez um balanço positivo dos exames e respondeu ao provedor da Justiça, contestando a posição defendida por Nascimento Rodrigues, que acusou o Ministério de proceder com ilegalidade.

A média nacional do exame de Química passou de 6,9 para 8,8, o que faz com que a percentagem de negativas, da 1.ª para a 2.ª fases, tenha descido de 80% para 58%. Os resultados obtidos a Química (cujos alunos tiveram a oportunidade de repetir o exame na 2.ª fase sem com isso serem penalizados no acesso ao Ensino Superior) justificaram, segundo a ministra, os métodos seguidos.

"Houve em todo o processo várias críticas muito duras e pouco fundamentadas, mas tudo valeu a pena porque o número de alunos com positiva a Química duplicou", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.

Já a Física (a outra disciplina em que houve repetição do exame) as notas baixaram em relação à primeira fase, com a média de classificações a descer de 7,7 para 7,3 valores e a taxa de reprovação no exame a subir de 67% para 70%.De acordo com estimativas do Ministério da Educação (ME), cerca de 11 mil alunos beneficiaram da possibilidade de fazer melhoria de nota a Química, sem serem prejudicados no acesso ao Ensino Superior, um regime excepcional que terá sido igualmente aproveitado por cerca de 3500 estudantes na prova de Física.

Na conferência de imprensa, a ministra também se pronunciou sobre a sugestão do provedor de Justiça de abrir vagas adicionais no Ensino Superior para os alunos lesados pelo regime excepcional criado pela tutela. No entanto, a responsável alegou que "o país não tem um problema de vagas, mas um problema de alunos", considerando que é necessário "melhorar os resultados no Secundário para aumentar o número de alunos no Superior".

A ministra afirmou ainda não entender o ofício do provedor de Justiça, divulgado terça-feira, no qual Nascimento Rodrigues classificou de "manifestamente ilegal" o despacho do secretário de Estado da Educação, que abriu o regime excepcional no acesso à universidade para os alunos que realizaram na primeira fase os exames relativos aos programas novos de Química e Física. "

À carta aberta [do provedor de Justiça] respondi em carta fechada. Não entendo como é possível emitir opiniões sem conhecimento dos factos e sem procurar informação. Não recebemos qualquer pedido de informação por parte da Provedoria", criticou.Para justificar o polémico regime criado para os estudantes das duas disciplinas, muito contestado por pais, sindicatos e partidos da oposição, a ministra voltou a invocar as "condições de desigualdade" a que estavam sujeitos estes alunos, nomeadamente por terem feito exames relativos a programas novos que ainda não tinham sido testados em provas nacionais.

Quanto às médias obtidas às restantes disciplinas, esta 2.ª fase de exames teve um saldo claramente negativo, uma vez que cerca de 60% das 57 disciplinas tiveram uma média negativa. No total, os alunos alcançaram uma média negativa em 35 disciplinas e positiva somente em 22, enquanto na 1.ª fase foi maior o número de cadeiras com resultados acima dos 9,5 valores (36) do que abaixo desta nota (22).

No conjunto da 1.ª e da 2.ª fases, 58 disciplinas tiveram média positiva e 57 negativa, o que levou a ministra da Educação a considerar que "os resultados foram globalmente positivos".

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