10.8.06

>> Lula defende educação e família no combate à violência.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu hoje investimentos em educação e a valorização da família para evitar que os jovens sigam para a criminalidade. "Se pobreza levasse a gente a cair ou a cometer delitos, eu não seria hoje presidente da República", afirmou o presidente, observando que foi graças à educação recebida de sua mãe que ele e os irmãos seguiram na vida.Lula condenou as prefeituras das capitais e citou a de São Paulo, que foi administrada por José Serra (PSDB), e do Rio, comandada por César Maia (PFL). Ele criticou o fato de não terem aceito parceria com o governo federal em programas de investimentos em jovens, como o Pró-Jovem. "Qual não foi a minha surpresa (ao observar) que, depois de 200 mil vagas às prefeituras no programa Pró-Jovem, elas não preencheram as vagas que nós colocamos à disposição", disse, observando que em São Paulo havia 30 mil vagas e nem 10 mil foram preenchidas."Possivelmente, sem crítica nenhuma, pode ser que as prefeituras não estivessem preparadas para cumprir uma função como essa, mas isso precisa ser corrigido num futuro muito próximo", afirmou.

O presidente afirmou que é preciso recuperar o adolescente e a família, quando ela ainda existe, mas advertiu que os problemas das casas de recuperação não serão consertados "nem com a polícia, nem com a Febem, nem com a palmatória, nem com punição". Depois de dizer que há instituições que são fábricas de bandidos, Lula reconheceu que este não é um problema de todos. "Não é um problema do presidente da República, não é do governador, não é do prefeito. É um problema gestado por um conjunto de erros que, ao longo de décadas, se acumularam na sociedade brasileira. Direta ou indiretamente, uns têm mais culpa do que os outros, mas no fundo, todos nós temos uma pequena parcela de responsabilidade", reconheceu.

>> 'Unica forma de mudar o Brasil é revolucionar a educação', diz Buarque.

O candidato do PDT à presidência da República, Cristovam Buarque, destacou a questão educacional no Brasil durante entrevista ao ‘Jornal Nacional’ (Rede Globo), nesta quarta-feira. Para o candidato, a única forma de mudar o Brasil é revolucionar a educação.
A campanha de Cirtovam Buarque defende a federalização do ensino médio. Para isso, o cadidato propõe a definição de um padrão de salário, conteúdo, instalações e equipamentos para as escolas. "Cada agência do Banco do Brasil é igual em cada local do país. Porque as escolas também não seguem esse modelo?", ressaltou.

Além disso, Buarque acredita que o salário mínimo dos professores deve ser de R$ 800. Questionado sobre a disponibilidade de verba para sustentar a medida, o candidato disse que pretende usar 1% do orçamento. "O governo gastou R$ 9 bilhões para preencher um rombo de uma estatal, eu peço apenas R$ 7 bilhões para isso", afirmou.
Sobre a atuação no cargo de governador do Distrito Federal, Buarque disse que cumpriu tudo o que prometeu aos eleitores, além de ter criado o Bolsa-Escola. Já em relação à atuação como ministro da Educação do governo Lula, o candidato do PDT afirmou que foi demitido porque incomodou o presidente Lula. "Eu queria entrar para história desse país como o ministro que erradicou o analfabetismo. O presidente me disse que isso iria atrapalhar sua reeleição, pois desagradaria alguns prefeitos."

>> Tucana diz que PT se rendeu aos fundos para educação.

Marisa Serrano acredita que os fundos para o financiamento do ensino devem se perenizar como parte das políticas públicas para Educação. Ela considera a criação do Fundef (Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Ensino Fundamental) “uma das grandes conquistas” ocorridas durante o mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002).“Lutei muito pelo Fundef e o PT foi contra; hoje o PT está criando o Fundeb, que vai precisar ser aperfeiçoado”, disse a candidata durante visita ao Campo Grande News na terça-feira. A lei que regulamenta o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização dos Profissionais da Educação Básica), já aprovada no Senado, está tramitando na Câmara dos Deputados. O programa substituirá o Fundef e será mais abrangente, atendendo estudantes da educação infantil (pré-escola), ensinos fundamental e médio. A expectativa é que o fundo, composto pelos principais impostos e transferências federais e estaduais, chegue a R$ 44 bilhões ao ano e seja extinto em 2020.Segundo Marisa, as inseguranças quanto ao Fundeb hoje estão localizadas basicamente nas prefeituras, que temem sofrer com o atraso nas contrapartidas federais e estaduais. “Os municípios estão gritando, mas essa é uma questão pontual, que pode ser resolvida com uma garantia que os recursos federais e estaduais cheguem a tempo”.Na área da educação, o principal ponto da agenda política da candidata é o ensino profissionalizante. Segundo ela, há necessidade de implementação de um programa nacional de educação profissionalizante. “Precisamos continuar investindo nessa modalidade, as escolas técnicas federais são necessárias. Precisamos de um programa de aportes regulares, pois a educação profissionalizante é cara”, defendeu. “Hoje em dia a qualificação profissional é uma exigência cada vez mais forte para o ingresso no trabalho”.

>> Patrus diz que televisão e propaganda subvertem educação dos jovens.

“A banalização do consumismo e da sexualidade é um desserviço para a formação dos jovens, promovido pelos programas de televisão e muitas vezes também pelas propagandas”, afirmou o ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. Ele participou da abertura da Reunião Intergovernamental de Especialistas para Revisão do Esboço das Diretrizes Internacionais sobre Proteção e Cuidados Alternativos de Crianças Privadas de Cuidados Parentais. Patrus Ananias defendeu que “a família é o espaço de segurança afetiva, psicológica e pedagógica capaz de formar homens e mulheres de bem" e afirmou que "o ambiente que os jovens encontram é um cenário em que o dinheiro é compreendido como o valor máximo, sobrepondo-se aos valores humanos mais fundamentais”.

Na avaliação dele, no entanto, o Brasil avança em diversas políticas públicas para superar essas distorções. O ministro também abordou os programas sociais desenvolvidos pelo governo federal, na palestra para representantes de cerca de 40 países que discutirão até sexta-feira (11) a elaboração de documento a ser apresentado à Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no próximo ano. O objetivo é definir medidas de apoio psicológico, social e educativo aos jovens privados do convívio familiar. Do encontro também participam representantes do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e do Comitê dos Direitos da Criança, da ONU.

9.8.06

>> IPM é parceiro do Ministério da Educação na avaliação do Programa Brasil Alfabetizado.

O Ministério da Educação (MEC), através da SECAD – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, vem implementando uma série de ações visando avaliar a eficiência, a eficácia e a efetividade do Programa Brasil Alfabetizado, o que permitirá aperfeiçoar o desenho do programa.O Brasil Alfabetizado é um programa do Governo Federal que transfere recursos a Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, instituições de ensino superior, entidades do Sistema “S” (SESI/SENAI, SESC/SENAC e outros) e ONGs com o objetivo de financiar a formação e a concessão de uma bolsa para os alfabetizadores.

O Instituto Paulo Montenegro, em parceria com o IBOPE Opinião, foi selecionado para participar das ações de avaliação, tendo em vista sua expertise na área da educação e pesquisa. Além disso, a fim de obter excelência no processo de avaliação do Programa Brasil Alfabetizado, a SECAD fez parceria com diversas instituições, como o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), o CEALE/GAME (Centro de Alfabetização e Leitura e Escrita/Grupo de Avaliação e Medidas Educacionais), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e a SCIENCE (Sociedade Científica da Escola Nacional de Ciências Estatísticas).

Para que a avaliação abrangesse todos os atores envolvidos na execução do Programa (alfabetizandos, alfabetizadores e gestores das entidades parceiras), foram criados diversos instrumentos de pesquisa, incluindo ferramentas do INAF – Indicador de Alfabetismo Funcional, desenvolvido pelo Instituto Paulo Montenegro em parceria com a ONG Ação Educativa. O INAF mede habilidades de leitura, escrita e matemática e coleta informações sobre os usos que as pessoas fazem destas habilidades.As habilidades de leitura e escrita e matemática são verificadas diretamente por meio da aplicação de um teste cognitivo, elaborado pelas equipes do CEALE/GAME da UFMG, com base no INAF. Além do teste, é aplicado um questionário para levantamento do histórico familiar e educacional dos respondentes, incluindo informações sócio-econômicas.


Durante o mês de dezembro de 2005, foi realizado um pré-teste para verificação das ferramentas utilizadas na avaliação do Programa Brasil Alfabetizado. Participaram dele 65 turmas em diversos Estados do Brasil (Bahia, Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo), nas quais 640 alfabetizandos, 65 alfabetizadores e 52 gestores de instituições parceiras responderam aos testes e questionários.Após a execução do pré-teste, os instrumentos estão sendo revistos com o objetivo de facilitar a aplicação e melhor apurar os resultados. Os entrevistadores do IBOPE Opinião iniciarão o trabalho de campo na 2ª quinzena de maio de 2006.

>> Reclassificados do ProUni têm esta semana para confirmar dados.

Termina nesta sexta-feira, dia 11, o prazo para os candidatos reclassificados do Programa Universidade para Todos (ProUni) comparecerem à instituição de ensino em que foram selecionados, para confirmar seus dados socioeconômicos. A confirmação das informações é fundamental para o candidato garantir a bolsa do ProUni.
Foram reclassificados 16.968 candidatos que preencherão parte das 43.614 vagas oferecidas pelo ProUni para o segundo semestre deste ano.

Eles vão ocupar as vagas dos candidatos selecionados cujos dados socioeconômicos não foram confirmados. A lista dessas pessoas está disponível na página eletrônica do ProUni, ou pelo telefone 0800-616161.
Criado em 2004, o Programa Universidade para Todos ofereceu, em 2005, 112.275 bolsas e, no primeiro semestre de 2006, 91.609 vagas. Podem concorrer alunos que fizeram todo o ensino médio em escolas públicas, os que estudaram em escolas particulares com bolsa integral e os professores da rede pública de ensino básico em efetivo exercício.

Todos devem, ainda, ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
São também requisitos obrigatórios ter renda familiar por pessoa de até um salário mínimo e meio (R$ 525,00), para concorrer a uma bolsa integral, e de até três salários mínimos por pessoa da família (R$ 1.050,00), para concorrer a uma bolsa parcial de 50% da mensalidade.

>> Exclusão ainda é marca da educação no Brasil, diz Ipea.

A exclusão social ainda é uma marca no sistema educacional brasileiro, embora o país já consiga fazer com que todas as crianças entrem na escola. A análise faz parte da segunda fase do estudo 'Brasil - O Estado de uma Nação', divulgado hoje pelo Ipea (Instituto de Política Econômica Aplicada).Dos que entram, 84% concluem a 4ª série e 57% terminam o ensino fundamental. No ensino médio, o índice de conclusão é de apenas 37%. O estudo destaca que a exclusão atinge a população com menos recursos. Na primeira série, cerca de dois terços dos estudantes vêm de segmentos mais pobres da população. Já no ensino superior, menos de 5% têm essa origem. Apesar da exclusão, o Ipea destaca a expansão do ensino básico, que já está próximo da universalização, o crescimento do ensino superior.

Para que esse processo tenha continuidade, sugere o investimento em qualidade, sobretudo no ensino de nível básico, e a expansão do ensino médio.De acordo com o estudo, a má qualidade no sistema educacional vem da necessidade da entrada prematura da população no mercado de trabalho. Isso leva a, mais tarde, parte dessa população procurar programas de educação e treinamento. O Ipea lembra Sistema de Avaliação do Ensino Básico classificou a metade dos alunos da quarta série como incapazes de ler um texto relativamente simples e que isso significa mão-de-obra inabilitada para operar em uma economia moderna, lembrando que a renda será determinada pelo investimento em educação.Nível superiorNo caso da população universitária, o destaque é que ela passou de 1,4 milhão em 1980 para 4,2 milhões.

O crescimento do número de vagas oferecidas foi de 64%, no setor privado, e de 56%, no setor público, mas ainda há uma demanda represada.Para o Ipea, o crescimento dessas vagas no setor privado está ligado à burocracia para a autorização de funcionamento de cursos; à preocupação com um crescimento desordenado da educação privada; e ao medo de competição de novas escolas particulares.Outro ponto é a demanda. Entre os 40% mais pobres, praticamente inexiste demanda para o ensino superior (público ou privado).Já as novas vagas por meio do setor público acarretariam em um investimento elevado. Hoje, esse gasto representa 0,82% do PIB (Produto Interno Bruto).

8.8.06

>> Educação financeira na infância garante autocontrole.

Pesquisas revelam que é cada vez maior o número de jovens que se tornam inadimplentes devido ao descontrole financeiro. Esse quadro poderia ser evitado se os pais aplicassem, ainda na infância, o conceito de educação financeira. Estratégias como economizar a “mesada” ou “juntar” dinheiro para comprar o brinquedo ajudam a criança a desenvolver o autocontrole.Impor limites é a primeira regra ainda nos primeiros anos de vida, segundo o economista Celso Leite, que também é especializado em orçamento doméstico. Embora para muitas famílias seja difícil dizer “não” às chantagens, a resposta negativa é a melhor forma de ajudar a criança a ter idéia do que pode e o que não pode ser feito com o dinheiro. “

Isso é mais difícil para as classes média e alta, porque as famílias mais pobres obrigatoriamente não terão condições de dar tudo o que os filhos pedem”, comparou.Para as crianças menores, brinquedos educativos que incentivem à realização de contas ou ainda jogos como o banco imobiliário ajudam a ter noção de que o exagero pode atrapalhar as finanças. Leite lembrou ainda que a partir dos oitos anos é recomendável que os pais deêm a “mesada” aos filhos, mas sempre com muita atenção nos valores.Este método é interessante quando a criança quer comprar, por exemplo, um brinquedo de R$ 40. Se a “mesada” for de R$ 20, ela aprenderá que precisa guardar dinheiro pelo menos dois meses para conseguir o produto desejado. “

Este processo é muito importante para que o filho saiba como os bens materiais são adquiridos com sacríficio”, afirmou.Outra vantagem é que a criança aprende a negociar com o pagamento à vista. Ao contrário dos pais, ela não tem acesso ao cheque ou cartão de crédito, o que também facilita a compreensão da importância de gastar somente o que ela pode e não contrair dívidas. “Caso a criança exceda e a ‘mesada’ não seja suficiente, os pais não devem dar outro valor antes da data”, reforçou. A mesma orientação vale para os avós. Esses conceitos, segundo o economista, preparam as crianças para a adolescência, quando os gastos aumentam e a necessidade de consumir parece ainda maior. “

A criança precisa ser preparada na infância e na adolescência para que, quando começar a se tornar independente da família, saiba controlar seu próprio orçamento. E isso, infelizmente, é cada vez mais comum”, completou. (ESS)Orçamento doméstico é o melhor exemploAlém de educar os filhos impondo limites e adotando estratégias simples para transmitir o conceito de educação financeira, o bom exemplo continua sendo uma das alternativas mais eficazes.O especilista lembra que a criança que vive em um ambiente onde não existe controle orçamentário tende a ser um adulto descontrolado com suas finanças. Por isso, ele reforça a importância da família ter um planejamento mensal. Caneta e papel podem ser usados para elaboração de uma planilha mensal dividida em duas partes. Uma contendo todos os valores arrecadados pela família e outra com todas as despesas. “O valor do gasto nunca pode ser superior ao ganho no mês. O ideal é que ainda haja uma sobra”, orientou. (ESS)

>> José Serra diz que não abandonou a prefeitura de São Paulo.

O candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra, disse nesta terça-feira (8/8) em entrevista à rádio CBN que não abandonou a prefeitura de São Paulo para concorrer ao governo do Estado.Serra explicou que quando se candidatou à prefeitura da capital paulista não pensava em ser candidato ao governo do Estado, mas que o partido o escolheu e ele aceitou porque como governador poderia cuidar ainda melhor da capital."Existem coisas que se impõem na vida da gente. Além do mais, vou continuar em São Paulo", declarou. "

Não saí de lá e vou continuar a olhar por São Paulo como governador porque muitas coisas que precisam ser melhoradas no município são de responsabilidade do Estado, como, por exemplo, o transporte sobre trilhos."Eleições de 2010José Serra negou que, em vez de estar trabalhando em um plano para São Paulo, esteja lançando uma plataforma para uma eventual candidatura à Presidência em 2010, no caso de o presidente Lula ser reeleito este ano. "Tenho um programa de governo para o Estado como tive para a Prefeitura", disse.Segurança PúblicaSobre os problemas de segurança pública, José Serra disse que é importante uma integração das forças do Estado para combater o crime organizado. "

O Ministério Público não é inimigo do Estado, o inimigo é o crime." E disse que o governo federal deve ter um papel mais atuante porque é atribuição da polícia federal desmantelar as organizações criminosas.O entrevistador perguntou a Serra por que o PSDB, nos 12 anos em que esteve à frente do Estado de São Paulo, não conseguiu combater o crime. Serra se defendeu. "Mário Covas encontrou aqui até viaturas sem pneus e fez, sim, muito pela segurança pública do Estado."Segundo Serra, nunca se prendeu tanto como nos três governos do PSDB. "Os índices de criminalidade também caíram nesses 12 anos, mas aí surgiu um novo problema, que é a superpopulação carcerária", disse.

Se eleito governador, Serra disse que investirá na construção de presídios de segurança máxima, na maior capacitação dos serviços de inteligência da polícia e em uma nova organização dos presídios, separando os detentos de acordo com a natureza dos crimes cometidos.FebemJosé Serra disse que não pretende acabar com a Febem porque ganharia outro problema: o que fazer com os cerca de 6 mil menores que estão atualmente internados. "Temos que reorganizar também. Dos 6 mil menores que estão presos, apenas 15% são considerados perigosos. Temos que separá-los e descentralizar a Febem."

O problema que o governo enfrenta para construir unidades da Febem em municípios do interior, segundo o candidato, é que as prefeituras não aceitam. Serra disse que pretende contornar o problema oferecendo aos municípios benefícios em contrapartida.EducaçãoSerra reafirmou a sua proposta de investir na educação pública do Estado e na formação do aluno como um todo. "Não podemos jogar as crianças fora como se joga fora a água do banho."Disse que pretende colocar dois professores nas salas de aula em que houver necessidade e que vai reforçar o ensino principalmente de aritmética e ciências. "

Eu sou professor e é como professor que sei o que é preciso para melhorar a qualidade de ensino."Máfia dos sanguessugasO candidato mais uma vez se defendeu das insinuações de que teria envolvimento com a máfia dos sanguessugas. Serra explicou que as fotografias em que aparece ao lado de deputados que teriam sido beneficiados pelo esquema de compras superfaturadas de ambulâncias não provam nenhum envolvimento com a máfia. "Eu era ministro da Saúde, participava dessas solenidades e tirava milhares de fotografias", explicou. "E você pode notar que não parece nenhum mensaleiro ao meu lado."

>> Cursos tecnológicos.

Depois de travar uma queda-de-braço com as universidades particulares e confessionais, o Ministério da Educação (MEC) conseguiu reduzir a 96 denominações os mais de 3,5 mil cursos tecnológicos de nível superior existentes no País, enquadrando-os em oito áreas profissionais. Lançado esta semana, o novo catálogo de denominações tem por objetivo submeter esses cursos ao Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes), incluir os estudantes no Exame Nacional de Desempenho (Enade) e acabar com abusos cometidos por várias instituições particulares, que criaram cursos baratos e desvinculados da realidade do mercado de trabalho.Até o início deste ano, esses 3,5 mil cursos ofereciam mais de 220 mil vagas, cerca de 3,7% das matrículas de nível superior no País, e utilizavam cerca de 1,2 mil nomes, alimentando ilusões ou causando confusão entre os interessados.

Cursos nas mesmas áreas, com o mesmo currículo e a mesma formação tinham nomenclaturas distintas. Entre 1998 e 2004, o número de cursos cresceu 170%. Muitos deles designavam pseudo-especializações, atraindo milhares de estudantes que buscavam um diploma que lhes propiciasse oportunidade profissional. Mas os diplomas que obtinham não tinham credibilidade no mercado nem facilitavam a obtenção de empregos com a remuneração esperada.O novo catálogo contempla as áreas de formação tecnológica em Agropecuária e Recursos Pesqueiros, Comércio e Gestão, Artes, Comunicação e Design, Construção Civil e Transportes, Lazer, Desenvolvimento Social e Turismo, Indústria, Química e Mineração, Informática e Telecomunicação e Meio Ambiente e Tecnologia de Saúde. Os cursos existentes que não se encaixarem nessas áreas e nomes definidos pelo MEC terão de mudar o currículo ou ficarão como cursos experimentais, até obterem "densidade tecnológica", ou seja, serem aperfeiçoados até justificarem a criação de uma nova denominação.Definir oito áreas de concentração e reduzir os nomes dos cursos foi a estratégia que o MEC adotou para moralizar o setor".

O catálogo não vai engessar as inovações na área de tecnologia. O que vamos fazer é criar condições de aperfeiçoamento", diz o ministro Fernando Haddad. Segundo ele, a falta de avaliação fez com que os interessados não soubessem discernir a qualidade desses cursos. Esse foi um dos motivos pelos quais vários cursos não tiveram a demanda esperada pelas universidades. Há dias, por falta de alunos, a PUC/SP cancelou sete dos dez cursos tecnológicos que criou no primeiro semestre. "Há muitas reclamações de estudantes que não conseguem sensibilizar o mercado de trabalho sobre a qualidade da formação que recebem nesses cursos", constata o ministro.Como era de esperar, várias instituições reclamaram do novo catálogo de denominações, classificando-o como "camisa-de-força".

Elas alegam que a iniciativa do MEC restringe a autonomia universitária, impedindo-as de acompanhar o desenvolvimento científico-tecnológico. "O mercado é muito rápido, temos de ser ágeis", afirma o reitor da Universidade de Guarulhos e vice-presidente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras, Valmor Bolan. "Podemos até inventar outras nomenclaturas, mas depois, para reconhecer o curso, vamos ter dificuldades. Isso inibe a criatividade das instituições", diz ele. Respondendo a essas críticas, o ministro da Educação lembra que as universidades particulares e confessionais puderam apresentar sugestões para o catálogo no primeiro semestre e que o MEC aceitou 12% das propostas encaminhadas.

Além disso, segundo Haddad, a moralização dos cursos tecnológicos só prejudicou as instituições que se preocupam exclusivamente com o lucro, sem compromisso com a qualidade do ensino.Não é difícil ver quem está com a razão nessa polêmica. Ao moralizar os cursos tecnológicos de nível superior, submetendo-os a esquemas de avaliação e acabando com a farra das instituições caça-níqueis, finalmente o MEC, que há três anos e meio vem agindo de modo errático, com iniciativas demagógicas ou irrealistas, desta vez acertou na mosca.

7.8.06

>> Candidatos ao Enem receberão confirmação a partir de sexta.

Os candidatos ao Enem 2006 receberão a partir do dia 11 de agosto, os cartões de confirmação de inscrição, que serão enviados para as escolas onde foram efetuadas inscrições e para os endereços indicados nas fichas preenchidas nas agências dos Correios e na Internet, segundo informações do Ministério da Educação. No cartão está contido um número de identificação e o local para realização da prova. Se o inscrito não receber seu cartão até 20 de agosto, poderá informar-se sobre o local da prova de três maneiras: na lista que será afixada no local onde realizou a inscrição, pelo telefone 0800-616161, ou na página do Inep na Internet (www.inep.gov.br/consulta).

No caso de o cartão não especificar corretamente o registro das necessidades especiais indicadas na ficha de inscrição, o inscrito deverá entrar imediatamente em contato com o Inep para as providências necessárias, até o dia 18 de agosto. Não será permitida mudança do local de prova, exceto quando constatado erro na transcrição das informações fornecidas pelo candidato na ficha. Os possíveis erros de identificação de nome, endereço, número da identidade, CPF, sexo, data de nascimento e outros serão corrigidos em formulário específico, que será entregue no dia e local de prova.

>> Positivas a Química duplicaram.

Na 2.ª fase dos exames nacionais duplicou o número de positivas a Química, o que, segundo a ministra da Educação, veio demonstrar que "tudo valeu a pena".

Duplicou o número de alunos com positiva a Química e 60% das disciplinas registaram média negativa. Assim se salda a 2.ª fase dos exames nacionais do 12.º ano, encerrando um conturbado período de polémica acerca dos métodos utilizados pelo Ministério da Educação (ME) na avaliação dos alunos.

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, fez um balanço positivo dos exames e respondeu ao provedor da Justiça, contestando a posição defendida por Nascimento Rodrigues, que acusou o Ministério de proceder com ilegalidade.

A média nacional do exame de Química passou de 6,9 para 8,8, o que faz com que a percentagem de negativas, da 1.ª para a 2.ª fases, tenha descido de 80% para 58%. Os resultados obtidos a Química (cujos alunos tiveram a oportunidade de repetir o exame na 2.ª fase sem com isso serem penalizados no acesso ao Ensino Superior) justificaram, segundo a ministra, os métodos seguidos.

"Houve em todo o processo várias críticas muito duras e pouco fundamentadas, mas tudo valeu a pena porque o número de alunos com positiva a Química duplicou", afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.

Já a Física (a outra disciplina em que houve repetição do exame) as notas baixaram em relação à primeira fase, com a média de classificações a descer de 7,7 para 7,3 valores e a taxa de reprovação no exame a subir de 67% para 70%.De acordo com estimativas do Ministério da Educação (ME), cerca de 11 mil alunos beneficiaram da possibilidade de fazer melhoria de nota a Química, sem serem prejudicados no acesso ao Ensino Superior, um regime excepcional que terá sido igualmente aproveitado por cerca de 3500 estudantes na prova de Física.

Na conferência de imprensa, a ministra também se pronunciou sobre a sugestão do provedor de Justiça de abrir vagas adicionais no Ensino Superior para os alunos lesados pelo regime excepcional criado pela tutela. No entanto, a responsável alegou que "o país não tem um problema de vagas, mas um problema de alunos", considerando que é necessário "melhorar os resultados no Secundário para aumentar o número de alunos no Superior".

A ministra afirmou ainda não entender o ofício do provedor de Justiça, divulgado terça-feira, no qual Nascimento Rodrigues classificou de "manifestamente ilegal" o despacho do secretário de Estado da Educação, que abriu o regime excepcional no acesso à universidade para os alunos que realizaram na primeira fase os exames relativos aos programas novos de Química e Física. "

À carta aberta [do provedor de Justiça] respondi em carta fechada. Não entendo como é possível emitir opiniões sem conhecimento dos factos e sem procurar informação. Não recebemos qualquer pedido de informação por parte da Provedoria", criticou.Para justificar o polémico regime criado para os estudantes das duas disciplinas, muito contestado por pais, sindicatos e partidos da oposição, a ministra voltou a invocar as "condições de desigualdade" a que estavam sujeitos estes alunos, nomeadamente por terem feito exames relativos a programas novos que ainda não tinham sido testados em provas nacionais.

Quanto às médias obtidas às restantes disciplinas, esta 2.ª fase de exames teve um saldo claramente negativo, uma vez que cerca de 60% das 57 disciplinas tiveram uma média negativa. No total, os alunos alcançaram uma média negativa em 35 disciplinas e positiva somente em 22, enquanto na 1.ª fase foi maior o número de cadeiras com resultados acima dos 9,5 valores (36) do que abaixo desta nota (22).

No conjunto da 1.ª e da 2.ª fases, 58 disciplinas tiveram média positiva e 57 negativa, o que levou a ministra da Educação a considerar que "os resultados foram globalmente positivos".

>> Elite brasileira vai estudar fora do país.

O aumento do interesse dos estudantes da elite brasileira por uma experiência internacional --aliado ao dólar mais barato e à vontade das universidades lá fora de aumentar o número de estrangeiros-- já se traduz em números na maioria dos destinos pesquisados pela Folha.A única exceção são os Estados Unidos, onde as exigências para visto de estudante após o 11 de Setembro fizeram diminuir o número de brasileiros em campi americanos de 8.972 em 2001 para 7.244 no ano passado --mesmo assim, número superior ao verificado há dez anos, quando havia aproximadamente 5.000 estudantes.Nos demais destinos pesquisados pela Folha --França, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Austrália--, o percentual de aumento na emissão de vistos para estudantes variou de 40% a 64%."

O aumento da procura por cursos no exterior obrigou as universidades a buscarem parcerias com instituições estrangeiras e a organizarem departamentos para atender a esses estudantes. É uma resposta ao fenômeno da internacionalização da educação", diz a presidente do Fórum das Assessorias das Universidades Brasileiras para Assuntos Internacionais, Luciane Stallivieri.Para Luciana Yeung, coordenadora de intercâmbio da faculdade Ibmec São Paulo, a formação no exterior já é uma exigência do mercado: "A procura realmente tem aumentado bastante. Minha percepção é de que ela vem do mercado. Com a economia mais globalizada e com o aumento da presença de empresas multinacionais em todos os países, a demanda por profissionais com experiência no exterior se intensificou muito".

Universidades estrangeiras, por seu lado, também buscam alunos em outros países. França, Canadá e Austrália criaram agências ou instituições que organizam feiras e realizam outras atividades com o objetivo de atrair os brasileiros.Segundo Stallivieri, além da busca por diversidade em seus campi, um dos fatores a explicar esse interesse é o processo de envelhecimento da população européia. As instituições européias também procuram fazer frente à política dos Estados Unidos de atrair estudantes do mundo inteiro."Com a recente política de unificação dos programas da União Européia, há um atrativo a mais para o estudante: o diploma terá validade em todo os países do bloco", diz.

Os Estados Unidos, por sua vez, que já têm tradição de atrair estrangeiros para suas universidades --somente no ano passado foram 565 mil--, também se movem para retomar o fluxo de crescimento de brasileiros em seus campi."Fizemos uma campanha para incentivar o intercâmbio e para desmentir essa idéia de que é impossível conseguir um visto de estudante para os EUA. Após o 11 de Setembro, as regras para visto mudaram para todos os visitantes, mas os consulados dão prioridade aos estudantes", afirma Rita Moriconi, coordenadora de orientação educacional do escritório da comissão Fulbright no Rio.

1.8.06

>> Estudantes "sem-teto" acampam em universidade.

Expulsos da Casa do Estudante de Niterói, 15 estudantes estão morando no campus do Gragoatá da Universidade Federal Fluminense (UFF) desde maio. As informações são do jornal O Globo.
No início do ano, a casa mantida pelo Estado lançou novo edital para selecionar moradores. Em protesto, o grupo não participou da seleção e foi expulso. Sem ter para onde ir, eles decidiram acampar num gramado da UFF.

O aluno Josemar da Fonseca diz que o acampamento é uma forma de pressionar a universidade para construir um alojamento. Segundo Josemar, que é aluno de pedagogia e morador de São João do Meriti, um terço dos alunos da UFF vem de outras cidades.
Os coordenadores do acampamento afirmam que o grupo expulso não concordou com as novas regras, como proibição de visitas, inclusive da família, e de práticas políticas e religiosas.

A UFF permite que os alunos usem os banheiros de um dos prédios até as 23h. Com a permissão da universidade, o grupo puxou um ponto de luz para o acampamento, que é feito de barracas de lona e plástico.
A universidade diz manter uma relação amigável com os acampados. Segundo o Conselho Universitário, foram oferecidas alternativas, como a instalação temporária do grupo em um prédio da UFF.

>> Educação não é causa nem solução para segurança, diz MEC.

A falta de acesso à educação não pode ser encarada como a principal causa do aumento da violência no país e nem como a solução única para a crise de segurança. A avaliação foi feita pelo diretor do Departamento de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério da Educação (MEC), Timothy Ireland, ao comentar a relação entre a oferta de ensino à população carcerária e a criminalidade. O tema é discutido em Brasília no Seminário Nacional pela Educação nas prisões.

"É uma complexidade, não se pode dizer que investindo em educação nos presídios necessariamente vai diminuir o grau de violência nas ruas. Acho que há um conjunto de fatores e de variáveis que tem que ser levado em consideração. Mas diria que a educação pode contribuir para as pessoas se desenvolverem e buscar alternativas para a sua reinserção na sociedade", afirmou Ireland.

Na avaliação do diretor, é preciso considerar outras causas da violência no Brasil, como desigualdades sociais e distribuição de renda. "A falta de acesso à escola pode contribuir, mas não pode ser culpada por todos os problemas da sociedade", reforçou. O MEC mantém, em parceria com o Ministério da Justiça e com governos estaduais, o projeto Educando para a Liberdade, em seis estados.
De acordo com o diretor, a partir de agosto, penitenciárias e presídios de outros seis estados devem fazer parte do projeto, implementando ações voltadas à formação de educadores e à revisão de aspectos pedagógicos para a educação no sistema prisional.

Outro objetivo é promover a articulação entre as secretarias estaduais de educação e as secretarias responsáveis pela administração penitenciária. O diretor chamou a atenção para o papel da educação na ressocialização dos presos.
"Acredito que a educação tem a função de ajudar a pessoa a ter outra visão de mundo, ver que é possível buscar outras formas de inserção na sociedade, de uma forma mais positiva". Ele também salientou que "as pessoas que não têm acesso à educação necessariamente têm muito mais dificuldade no acesso ao mercado de trabalho."

>> Professor da UnB é acusado de racismo por alunos.

Um grupo de alunos da Universidade de Brasília (UnB) denunciou um professor da instituição por racismo. Segundo os estudantes, o professor Paulo Kramer, do Instituto de Ciência Política, pronunciou a expressão "crioulada" durante uma aula de teoria e política moderna do programa de pós-graduação em ciência política.

A palavra teria sido usada quando Kramer explicava as políticas assistencialistas implantadas para os negros nos Estados Unidos durante a década de 1960.
A expressão provocou discussão entre o professor e alguns alunos que, mais tarde, decidiram relatar o caso em uma carta ao reitor da universidade. Kramer se defendeu dizendo que fez o uso da palavra para chamar a turma à reflexão.
Ontem, uma fita com a gravação da última aula que o professor deu ao grupo de alunos que o denunciou começou a circular na Internet. No áudio, Kramer afirma que continuaria a usar a expressão "crioulada" e chama um estudante de racista negro e Ku-Klux-Klan às avessas.

O professor argumenta que tem liberdade de expressão e que os estudantes estão agindo de acordo com normas politicamente corretas.
Para o também professor Luis Felipe Miguel, 39 anos, será difícil ele permanecer na instituição caso seja comprovado que houve racismo por parte de Kramer.
A reitoria da universidade ainda não decidiu se vai instalar inquérito administrativo para apurar denúncias.

25.7.06

>> Mercadante quer ser conhecido como "governador da educação".

"Quero passar para a história como o governador que fez da educação a paixão de São Paulo", disse o senador, candidato do PT ao governo paulista, durante a inauguração do comitê de sua campanha neste sábado

O senador Aloizio Mercadante, candidato do PT ao governo paulista, afirmou neste sábado, durante a inauguração do seu comitê de campanha em São Paulo, que pretende ser "o governador da educação". "Eu não quero ser lembrado como governador que construiu presídios ou estradas, mesmo que elas sejam necessárias. Quero passar para a história como o governador que fez da educação a paixão de São Paulo."

Ele recebeu uma surpresa na festa, que foi a chegada inesperada do vice-presidente José Alencar, que saiu do hospital Sírio Libanês direto para o comitê.

Como não pôde subir as escadas, Alencar foi recebido no piso térreo por Mercadante e o presidente estadual do PT, Paulo Frateschi. Bem disposto, Alencar brincou e fez todos rirem ao dizer que a comida do hospital o engordou. "Eles só davam sopa e eu com fome comia tudo. Agora vou ter que fazer campanha para emagrecer." Como vai ficar mais alguns dias em São Paulo, Alencar se ofereceu para receber empresários no comitê de Mercadante e fazer campanha para ele.

O comitê de Mercadante estava lotado de militantes e simpatizantes, além de políticos. Sobre sua presença na internet, ele afirmou que foi idéia do seu filho Pedro. "Ele me disse que eu tinha que ir para a militância eletrônica, a nova geração está lá." Em seguida foi feita a demonstração do site, apresentado como uma inovação, chamada de TV Mercadante, dentro do site, que vai transmitir duas horas diárias de imagens ao vivo da campanha.

Mercadante disse que a tecnologia da internet vai evoluir em seu governo e pretende instalar internet banda larga nas escolas, além de participar do programa do lap top popular. "Vamos distribuir lap tops populares para as crianças das escolas. Eles hoje custam US$ 140 e devem baixar para US$ 100. São pequenos como uma lancheirinha."

Sobre seu futuro governo, Mercadante lembrou uma famosa frase do atual prefeito de Nova York, Michael Bloomberg. "Bloomberg quando assumiu a prefeitura de Nova York, disse que desejava ser avaliado com as mesmas notas dos alunos da rede pública. É o que proponho. Me avaliem, pelas notas da educação das crianças de São Paulo."

No comitê, na região do Ibirapuera, Mercadante recebeu a ex-prefeita Marta Suplicy, o senador, candidato à reeleição Eduardo Suplicy e a candidata a vice-governadora, Nadia Campeão, acompanhada do marido. A esposa de Aloizio, Regina Mercadante, e o filho Pedro, de 20 anos, também estavam na festa. Mercadante disse à Marta que a periferia tem saudades dela. "Vamos amassar barros juntos e mostrar o que o atual governo deixou de fazer."

21.7.06

>> Web muda jeito de alunos estudarem para as provas.

Acabou o tempo em que aquele colega muito bom de matemática era a única saída para aprender a resolução de um exercício. Com a internet, novas ferramentas para os candidatos surgiram. E isso não é um estímulo para o estudo individual: é possível, sim, fazer amizades on-line, tirar dúvidas em conjunto e até se divertir --apesar do estresse da fase do vestibular.

O Orkut (site de comunidades virtuais) é mais do que uma forma de lazer para muitos vestibulandos. Nos fóruns, muito assunto sério vem sendo discutido. Como na comunidade Fuvest 2007 --hoje com pouco mais de 900 integrantes--, onde até as brincadeiras, como o "jogo do vestibular", apresentam perguntas e respostas sobre temas recorrentes.

Fora a sensação de segurança que dá encontrar outros candidatos na mesma situação. Ane Talita da Silva Rocha, 19, sabe muito bem o que isso significa. "Na divulgação da lista da Fuvest, a comunidade do Orkut fez um encontro virtual chamado chat dos desesperados. Foi lá que soube do resultado", diz.

O comentário ranzinza de que a internet tomou tempo de estudo não cabe nesse caso. "Eu passei em ciências sociais e a maioria do pessoal da comunidade também passou no que queria", relata a jovem.

Para manter o estudo e a diversão na medida certa, a chave é o autocontrole. "Se eu ligar o computador, passo o dia. Por isso dei uma maneirada. Tento ligar só às 18h, depois de estudar", conta André Santos Souza, 17, candidato a economia.

Coisa séria

O interesse pelo mundo virtual fez com que Wilton Pinheiro, 22, criasse o site Fichário Online. Despretensioso, o jovem queria apenas tornar acessível as anotações de um vestibulando. A iniciativa não só deu certo como alcançou o número de cerca de 12 mil a 15 mil visitas de internautas por dia.

De 1999, quando surgiu, a 2003, o trabalho do webmaster (quem constrói o site) era o de inserir conteúdo. "Em 2002, quando entrei na Unicamp, é que o número de visitas explodiu. Daí consegui uma bolsa de iniciação científica que me permitia sustentar o site", conta.

Formado, Wilton viaja para a Holanda para trabalhar com e-learning (aulas via e-mail), mas promete não abandonar o site, que terá novidades. Além de poder comentar os conteúdos, o que já acontece, os usuários terão a possibilidade de incluir as matérias. "Todos respeitam bastante. Só uma vez um usuário escreveu um palavrão."

Cursinho a distância

Com a tecnologia, que possibilitou a criação de vários cursos de graduação e de pós a distância, o pré-vestibular com aulas via satélite virou uma realidade. A primeira experiência vai ser realizada pelo Instituto Borges da Silveira, do Paraná.

"O ensino a distância é a maneira mais fácil de atingir todas as pessoas", afirma o ex-ministro e presidente do instituto, Luiz Carlos Borges da Silveira. A proposta, segundo ele, vai funcionar como um projeto de responsabilidade social.

A pretensão é alcançar cerca de 100 mil alunos nas aulas, que começam em 18 de setembro. "O processo é igual ao das salas presenciais, só que o professor não vai estar lá", explica Marco Aurélio Kalinke, do Pré-vestibular Cidadão, nome que o cursinho a distância recebeu.

O projeto ainda busca instituições que tenham interesse em montar salas de aulas, cujo custo gira em torno de R$ 2.000, e parceiros que queiram imprimir o material didático. Mais informações pelo telefone 0800-600-4999 ou no site do programa.

>> Escolas da prefeitura terão ensino religioso.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), sancionou uma lei que inclui o ensino religioso no currículo escolar do ensino fundamental do município. A decisão foi publicada no "Diário Oficial" da Cidade do sábado passado.

O texto do diploma legal, de autoria do vereador Domingos Dissei (PFL), determina que "fica assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa, vedada quaisquer formas de proselitismo ou qualquer primazia entre as diferentes doutrinas religiosas".

A lei estabelece que a matrícula na disciplina é facultativa. As aulas devem acontecer sempre no último horário.

A Secretaria Municipal da Educação disse, em nota à imprensa, que está analisando a regulamentação da lei "buscando as soluções mais adequadas para atender às disposições legais sem ferir os princípios constitucionais de liberdade de credo". O órgão não informou a partir de quando a disciplina deve começar a ser oferecida nem quem vai ministrá-la.

O vereador Dissei diz que propôs a lei por achar fundamental "a presença de Deus na formação da criança".

A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) da educação determina que todas as escolas públicas do país devem oferecer ensino religioso. Segundo a lei, para definir o conteúdo da disciplina, a secretaria de educação deve ouvir uma entidade civil constituída por diferentes denominações religiosas.

>> Deputado estadual usa diploma falso.

Deputado estadual pelo PMDB e vice-presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa de São Paulo, José Geraldo Dias Lopes, 52, apresentou um certificado falso de conclusão do ensino médio para fazer um curso de ensino superior na faculdade Radial, na zona sul da capital paulista, onde se formou em 2005.

Lopes prestou vestibular e foi aprovado para cursar marketing de varejo na instituição. Para se matricular, entre os documentos exigidos, entregou um comprovante do antigo colegial emitido de maneira irregular por dois servidores de uma escola pública de Salvador.

O deputado estadual, que será candidato à reeleição em 2006 e está hoje com seu diploma universitário em mãos, podendo fazer inclusive uma pós-graduação, só havia concluído as aulas do ensino fundamental quando entrou na faculdade.

Ele diz que, nos anos 70, tentou prosseguir com os estudos por meio do "madureza" --um tipo de supletivo--, mas acabou desistindo no meio do curso.
O certificado de conclusão do ensino médio que ele apresentou à faculdade Radial informa que ele teria completado 800 horas de aula em 1996 e outras 800 horas letivas em 1997 no colégio estadual Edvaldo Fernandes, de Salvador, como parte de um curso de educação básica para jovens e adultos.

Lopes, porém, nunca teve essas aulas na Bahia, até porque trabalhava diariamente na capital paulista. Na época, ele foi coordenador da campanha eleitoral do vereador Milton Leite, do PMDB, e chefe-de-gabinete do parlamentar na Câmara Municipal, cargo que exerceu entre 1997 e 2002.

"Ele nunca estudou por aqui. Não há veracidade, validade nenhuma nesse certificado", afirmou Antônia Amorim, funcionária do colégio a quem a reportagem enviou, por fax, uma cópia do "histórico escolar" do deputado estadual, com notas de 5,5 a 7,5 em dez disciplinas.

Em entrevista à Folha, ele admitiu não ter participado dessas aulas do ensino médio, mas alegou que foi enganado para a obtenção do certificado, que imaginava ser regular.

O deputado diz que não agiu de má-fé e que chegou a fazer uma prova em Salvador, após pagar uma taxa entre R$ 300 e R$ 400 a um intermediário contatado em São Paulo.

Ele afirma ter visto um panfleto que anunciava a possibilidade de obter um diploma do ensino médio no prazo de 30 dias, sem participar das aulas, sendo necessário só a prova.

Ligou para um celular indicado no papel e soube que teria só de se deslocar, num único dia, até Salvador, onde faria um exame. Pagou de R$ 30 a R$ 40 por matéria ao intermediário e recebeu seu certificado de conclusão do ensino médio por correio, seis meses depois.

A emissão irregular do documento de conclusão do ensino médio foi feita por dois servidores do colégio, um diretor e uma secretária escolar, que acabaram denunciados à Secretaria da Educação da Bahia, mas foram exonerados só em agosto de 2001, após dois anos de apuração administrativa.

Várias fraudes

Dezenas de certificados foram emitidos para quem fez uma única prova na escola, sem ter freqüentado as aulas. Eles foram anulados pelo governo estadual e não constam atualmente dos registros oficiais.

Segundo a assessoria de imprensa da secretaria, em torno de 30 casos já foram identificados desde então. Antônia Amorim, que trabalha na escola, disse que mais de cem pessoas já telefonaram para lá nos últimos anos para contestar a validade da documentação. "Ligam de todos os lugares do Brasil e até do exterior", afirmou ela.

O curso superior que Lopes concluiu em agosto de 2005 na faculdade Radial é considerado um tipo de graduação de curta duração --de dois anos, na média. O formando se torna tecnólogo e não bacharel.

O diploma permite a continuidade dos estudos na pós-graduação, tanto do tipo "lato sensu" como "stricto sensu".

O certificado de conclusão do ensino médio apresentado pelo deputado à faculdade está autenticado e registrado em cartório. A Radial diz que não tem como conferir a veracidade dos documentos entregues por todos os alunos matriculados.

O Ministério da Educação, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que não tinha conhecimento da emissão dos comprovantes irregulares do ensino médio na Bahia.

Segundo a pasta, a validade do diploma do ensino superior obtido em uma situação dessas só pode ser contestada depois de ação do Ministério Público. O aluno, mesmo sem ter feito as aulas do ensino médio, pode tentar a convalidação do diploma no Conselho Nacional de Educação se ele for anulado.

Outro lado

O deputado estadual Geraldo Lopes alegou à Folha ter sido vítima de uma fraude para a obtenção do certificado de conclusão do ensino médio.

Embora nunca tenha participado das aulas na escola pública de Salvador, ele disse que imaginou que poderia obter um diploma fazendo só uma prova, conforme explicou a ele um intermediário que anunciava essa oportunidade.

"Hoje, como tenho um conhecimento bem maior das coisas, posso perceber que realmente algo estava errado. Mas juro que não fiz nada por má-fé", afirmou.

"Quando fui lá fazer a prova, havia umas 30 pessoas na sala, gente do Paraná, de Minas Gerais, de São Paulo", conta.

Lopes afirmou que não desconfiou da fraude por envolver uma instituição pública. "Eu não me preocupei tanto porque pensei: é uma escola pública."

Questionado sobre por que não foi verificar a situação após receber um certificado que dizia que ele havia cumprido uma carga horária de 1.600 horas, Lopes afirmou que nem chegou a perceber essa informação em seu documento.

O político do PMDB disse que pretende tomar as medidas possíveis para regularizar a situação. Ele afirmou que a denúncia obtida pela Folha tem motivação política, de pessoas que querem prejudicá-lo e denegrir a sua imagem. Disse, porém, que preferia não revelar por enquanto quem são elas.
O deputado disse que a prova feita em Salvador não foi difícil e que nunca mais conseguiu falar no celular do intermediário que recebeu seu pagamento.

Lopes deu essas explicações ontem, por telefone. No dia anterior, recebeu a reportagem em seu gabinete e disse inicialmente que havia freqüentado a escola estadual em Salvador.