28.9.06

>> MEC quer disseminar no país modelo adotado por colégio com maior nota.

Pesquisar projetos e ações que ajudem a melhorar o aprendizado de alunos em escolas públicas e que possam servir de estímulo a boas práticas educacionais no país.Esse é o objetivo de uma pesquisa que começou a ser feita pelo governo federal em parceria com o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e o Banco Mundial.

Para isso, serão visitadas 36 escolas públicas de ensino fundamental (da 1ª à 8ª série) selecionadas entre as que tiveram melhores médias na Prova Brasil 2005.A proposta é enviar pesquisadores a todas essas unidades --nas cinco regiões brasileiras-- para averiguar as ações e os projetos que estão influindo no desempenho dos alunos. "A idéia é fazer estudo de caso de sistemas municipais e escolas com bons resultados na avaliação nacional para disseminar boas práticas", diz o ministro Fernando Haddad (Educação).

Também serão avaliados sistemas municipais de ensino --número de cidades visitadas ainda será definido.MetodologiaPara chegar às unidades de destaque avaliadas na pesquisa, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais fez uma classificação entre as quase 41 mil escolas públicas que tiveram turmas inscritas na Prova Brasil do ano passado.

O exame avaliou alunos de 4ª e 8ª séries nas disciplinas de língua portuguesa e matemática. Além das notas dos estudantes, foram incluídas outras variáveis na seleção. Entre elas estão indicadores socioeconômicos dos municípios e o perfil familiar. Foram selecionadas 200 escolas e, a partir dessas, as 36 que serão visitadas.

>> Alunos de escola de lata e de CEU têm desempenho igual.

O desempenho dos alunos que estudaram nas improvisadas escolas de lata da cidade de São Paulo é praticamente o mesmo dos matriculados nos CEUs, centros educacionais que custaram em média R$ 17 milhões e possuem uma infra-estrutura diferenciada, com bibliotecas, teatro e laboratórios.Levantamento feito pela Folha com base na Prova Brasil (exame promovido pela União) aponta que a diferença das médias dos estudantes dos dois modelos ficou em cerca de 2%, em favor dos CEUs.

A diferença, segundo os próprios organizadores da prova, que abrange matemática e português, é estatisticamente irrelevante.Nos CEUs, a média em língua portuguesa foi de 162,74, contra 159,02 nas de lata (variação de 2,28%). Em matemática, as notas foram, respectivamente, 169,37 e 165,45 (variação de 2,31%). A média da rede pública também é similar (160,42 em português e 166,86 em matemática). Os exames foram aplicados à quarta série do ensino fundamental. As notas variam de zero a 325 (português) e zero a 350 (matemática).

Para educadores, os dados mostram que a qualidade do ensino municipal é baixa --São Paulo ficou em 21º no exame, considerando as 26 capitais do país e o Distrito Federal. Abrangendo a rede pública, a Prova Brasil foi aplicada pela primeira vez em novembro de 2005, o que impede a comparação com períodos anteriores.Consideradas o "inferno" por esquentarem demais no verão, serem frias no inverno e barulhentas quando chove, as escolas de lata foram feitas para atender a demanda na gestão Celso Pitta (hoje no PTB), mas continuaram funcionando.

A Secretaria da Educação diz que a última será desativada hoje.Já os CEUs, apelidados de "paraíso" por pais e alunos, contam com salas de aula arejadas, piscinas e até pista de skate. Essas escolas, que começaram a funcionar em 2004 na gestão Marta Suplicy (PT), têm cursos de música e artes. Na época, a oposição questionou os gastos argumentando que seria possível construir cerca de dez escolas "normais" com os recursos de um único CEU.A reportagem entrevistou sete educadores para analisar os dados do exame.

Todos dizem que a infra-estrutura é importante para o desenvolvimento social das crianças, mas só o incentivo aos professores e uma melhor organização pedagógica podem fazer diferença no aprendizado dos alunos."A latinha é condenável, é uma falta de dignidade. Mas esses números mostram que, mais do que piscina ou teatro, os alunos precisam de bons professores", diz Ana Rosa Abreu, do Instituto Sangari, coordenadora dos parâmetros curriculares nacionais.

O levantamento da Folha abrangeu notas de 20 CEUs e 26 escolas de lata que funcionavam em novembro e cujos cadastros eram os mesmos tanto no banco de dados da Prova Brasil quanto da secretaria.

27.9.06

>> Professores da PUC são acusados de fraudar currículos.

A direção da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) acusa dois professores de terem fraudado dados de seus currículos profissionais na Plataforma Lattes -sistema que agrupa informações acadêmicas e de experiência de trabalho de professores e pesquisadores do País, mantido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os problemas apontados são falta de comprovação de graduação, de mestrado, de pós-doutorado, de bolsas de estudo, de número de orientandos, de publicações em livros e revistas e de horas contratuais prestadas à universidade.

As suspeitas começaram a partir de uma denúncia recebida pela direção do campus Marquês de Paranaguá (na região central de São Paulo), que abriga os cursos das áreas de exatas e tecnologia. A direção da unidade fez um relatório apontando as falhas encontradas a partir de um levantamento nas instituições de ensino onde os professores diziam ter estudado.

O documento foi entregue no início do mês à reitoria e à Fundação São Paulo, mantenedora da universidade.
Em um dos casos, um professor dizia ter três cursos de graduação, mas apenas dois foram comprovados. Ele informou que tinha também um pós-doutorado no exterior, mas não havia documentação para prová-lo. As informações estavam no Currículo Lattes do professor até maio. No dia 9 deste mês, ele retirou os dados do documento.

Uma sindicância foi aberta e três professores foram designados para cuidarem do caso, segundo a reitora da PUC-SP, Maura Bicudo Véras. Eles terão 30 dias para chegar a uma definição, a partir dos documentos reunidos pela direção do campus Marquês de Paranaguá. Os professores citados podem, durante este período, apresentar provas que mostrem que não houve erros nas informações em seus currículos e encerrar o caso.

>> ProUni afasta estudante de financiamento estudantil.

Os estudantes que pegam empréstimo com o governo federal para financiar o ensino superior estão migrando para o Programa Universidade Para Todos (ProUni). Segundo o Ministério da Educação, a procura pelo Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) caiu 30% no ano passado. Para este ano, a expectativa do MEC é que sejam fechados apenas 75% dos 100 mil contratos disponíveis.

Com o lançamento do ProUni, os universitários fugiram do 9% de juros praticados pelo Fies. Segundo informações do jornal Correio Braziliense, o número de estudantes atingidos pelo Fies caiu de 200 mil, em 2004, para 130 no ano passado. Diante desta realidade, o MEC decidiu que os estudantes com bolsa parcial no ProUni poderão pagar o restante da mensalidade com o Fies. O montante à disposição dos alunos é de R$ 100 milhões.

26.9.06

>> Para escolher a escola, pais e filhos devem ser ouvidos.

Apenas na cidade de São Paulo, de acordo com a Secretaria de Estado da Educação, são mais de 6.000 instituições, entre públicas e particulares, e essa variedade só aumenta a insegurança dos pais na hora de escolher a escola, principalmente a dos filhos menores. Para auxiliar nesta tarefa, a Folha ouviu educadores de todo o país para selecionar quais os principais aspectos a serem levados em consideração.

Antes de procurar uma escola, no entanto, é preciso saber que tipo de pai é e quais as principais características da criança. "O fato de ter um filho tímido ou extrovertido, por exemplo, é determinante na escolha do tipo de escola", diz Noely Weffort, chefe do Departamento de Fundamentos da Educação da PUC-SP.Depois, segundo os educadores, é preciso observar os critérios mais objetivos. O projeto pedagógico é o primeiro deles. "

As crianças pequenas aprendem por meio da brincadeira, e isso vale para qualquer conteúdo, desde regras de conduta até conceitos matemáticos, leitura e escrita", diz Bianca Correa, da USP de Ribeirão Preto.Após os seis anos, o importante é observar se a escola não se isola dos fatos cotidianos do aluno. Leni Dornelles, vice-diretora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), afirma que a escola deve produzir sujeitos para viver qualquer situação da vida, e não apenas para ser aprovado no vestibular.A infra-estrutura da escola também não pode ser deixada de lado. "

É importante ver a organização do espaço, ver como a escola está preparada para receber a criança", diz Dornelles. Para ela, a organização do espaço reflete como a escola enxerga o aluno.Outra coisa importante é estabelecer uma relação de confiança com a instituição. Também deve-se averiguar se a escola investe em cursos de atualização dos professores. "Os pais precisam observar a escola e ver se os professores estão satisfeitos em trabalhar lá, se estão felizes e se sentem respeitados, isso é o primeiro passo, já que são eles que têm uma relação direta com os alunos", diz a psicóloga Rosely Sayão.

O que é extra também não pode ser deixado de fora. Atividades como informática, danças, esportes e línguas estrangeiras complementam e auxiliam o aprendizado.O psicólogo Yves de la Taille, professor-titular do Instituto de Psicologia da USP, lembra também que a escola deveria se preocupar mais com a formação dos valores dos alunos."Nesta etapa da vida as crianças estão desvendando o mundo, tentando compreender o universo de relações que as cerca", diz Bianca.Na hora de escolher, até a localização deve ser levada em conta, segundo os especialistas, para que o ato de ir para a escola não se torne algo cansativo e para que a criança possa ir sozinha, quando estiver maior, para adquirir autonomia.

Outra coisa é saber se as despesas com a nova escola cabem no bolso, já que as mensalidades das escolas particulares em São Paulo variam de R$ 400 a R$ 2.500. De acordo com o economista do IPEA Jorge Abrahão de Castro, o brasileiro gasta em média 3,6% do orçamento familiar com educação. Nas famílias com filhos em escolas públicas, esse gasto fica em torno de 1,1%, enquanto os pais de alunos de escolas particulares gastam em média 5,4%.

25.9.06

>> Fator cultural é determinante no ensino da matemática, diz estudo.

A matemática é a única disciplina em que os meninos ainda se saem melhor que as meninas no ensino brasileiro. Pesquisas acadêmicas mostram que o fator cultural vem sendo determinante na diferença, embora o quadro não seja exclusividade do País. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.


Apesar de ser uma situação comum nos 42 países avaliados pelo Pisa (exame da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico que analisa o desempenho de alunos), o Brasil se destaca na tabela comparativa porque aqui a diferença a favor dos meninos é a maior entre todos os países analisados. As meninas se saem melhor quase todas as outras disciplinas.
Esse quadro tem gerado estudos e debates no meio acadêmico do País, principalmente quando se discute se essas diferenças são fruto de aspectos culturais ou biológicos.

Um estudo da PUC-RJ, realizado pelos pesquisadores Márcia Andrade, Creso Franco e João Pitombeira de Carvalho, usou duas variáveis para tentar explicar o fenômeno: socioeconômicas e ambientais/culturais.
Na primeira hipótese, foi avaliado se o melhor desempenho não era causado pelo fato de muitos dos meninos mais pobres abandonarem a escola antes de completar o ensino médio, algo menos intenso entre meninas.

Ou seja, se menos garotos pobres concluem o ensino médio, a média de um exame feito pelos que conseguem chegar lá será maior por haver menos alunos em condições desfavoráveis, que puxariam a média para baixo. Os dados mostraram que a distância entre eles e elas diminuiu, mas, ainda assim, meninos se saíam melhor.


Na segunda hipótese, escolas que atendem crianças de baixo poder aquisitivo foram separadas das com nível socioeconômico mais alto. Neste quadro, foi constatado que a diferença entre os pobres persistia. No entanto, nas escolas para alunos de renda mais alta, meninos e meninas tiveram quase o mesmo desempenho. Os pesquisadores acreditam que, em ambientes como esse, as famílias apóiem e aceitem mais o interesse de meninas pela matemática.


Para o professor de neurofisiologia da USP Gilberto Xavier, o fator cultural realmente é o que mais interfere do desempenho. "O sistema nervoso se desenvolve a partir da cultura do ambiente, e provavelmente isso resulta da diferença de tratamento entre meninos e meninas".

22.9.06

>> MEC integra informações sobre instituições de ensino superior.

O Ministério da Educação (MEC) lançou ontem a Plataforma de Integração de Dados das Instituições Federais de Ensino Superior (PingIfes). Com o banco de dados será possível levantar informações de cursos, disciplinas, professores e desempenhos de alunos.

"Vamos ampliar a transparência nas instituições", disse o ministro Fernando Haddad. Para ele, a ferramenta ajudará a recuperar auto-estima das universidades públicas, iniciada com a reconstrução e expansão do ensino superior. Para o diretor de Desenvolvimento da Educação Superior do MEC, Manoel Palácios, o sistema beneficiará o ministério, as universidades e o colegiado de dirigentes de universidades federais. "

O sistema tornará as universidades mais transparentes para o MEC, de modo que possamos trabalhar pelo futuro da educação pública federal".
A expectativa é que as informações das instituições possam ser visualizadas a partir de 29 de setembro.

>> Cursinhos populares oferecem mais que preparação ao vestibular.

Apesar os índices de aprovação ainda serem baixos, os cursinhos populares oferecem aos estudantes carentes mais do que uma oportunidade de entrar em uma faculdade. Noções de cidadania, projetos sociais e arrecadação de alimentos também são atividades que fazem parte do dia-a-dia dessas entidades.

» ONG oferece pré-vestibular gratuito em SP

A pró-reitora de extensão da Unesp, Maria Amélia Máximo de Araújo, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, destaca o compromisso social dos cursinhos. "O importante não é só o ingresso. Na vivência, o estudante passa a ter outra visão de mundo, aumenta a auto-estima. Passa a batalhar também o emprego".

Além de fortalecer os conteúdos do ensino médio, os estudantes tomam conhecimentos de outras oportunidades. "É lá que o jovem percebe que pode fazer um curso tecnológico ou prestar uma bolsa do Prouni", diz a pesquisadora e coordenadora do Cursinho Popular de Jandira, Silvia Maria Dias Ruedas. No cursinho da UFSCar, por exemplo, os alunos recebem aulas como ambiente, saúde pública, filosofia, exclusão social e cultura e arte africana.

No ano passado, a taxa de ingresso no ensino superior dos alunos do Cursinho Popular de Jandira foi de 7%. No cursinho 20 de Novembro, desde 2002, foram 250 aprovados em mais de dois mil estudantes que passaram pelas aulas. Frei David, da ONG Educafro, que tem 255 núcleos de cursinhos no Brasil diz que uma das funções do cursinho, além de preparar para o vestibular, é despertar a consciência.

>> Brasil Alfabetizado tem cerca de 1,15 milhão de cadastrados.

Estados e municípios cadastraram 1.154.261 pessoas e mais de 58 mil educadores no Programa Brasil Alfabetizado, que é voltado para os jovens com mais de 15 anos. O programa transfere recursos financeiros a Estados, municípios, empresas privadas, universidades, organizações não-governamentais e instituições civis, parceiros que oferecem ações de combate ao analfabetismo.

O Brasil Alfabetizado é gerido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC)."Alcançaremos a meta de 2006 para colocar mais 2 milhões de jovens alfabetizandos no programa, porque o número de adesões dos Estados e municípios foi muito bom", disse Tancredo Maia Filho, coordenador-geral de alfabetização da Secad."Temos, ainda, a forte participação de entidades sem fins lucrativos e demais organizações civis que nos ajudarão a atingir esse objetivo", afirmou.Com os novos cadastros, os 22 Estados e 595 municípios participantes ficam responsáveis pelo ensino de 57,8% dos alunos.

Resta às entidades não-governamentais e instituições de ensino superior públicas e privadas, sem fins lucrativos, a formação dos demais estudantes.Este ano, o repasse passou a ser feito automaticamente em até cinco parcelas, para os Estados, e em duas para as entidades. Os alfabetizadores recebem uma bolsa mensal de R$ 120 e mais R$ 7, por aluno. O limite é de 25 jovens por turma. O valor sobe para R$ 150 quando lecionam para alunos com necessidades especiais, população carcerária e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.

21.9.06

>> Professores fazem carreata em prol do ensino.

Por volta das 16h30 de ontem, professores da rede pública de Bauru saíram em carreata da Praça da Paz, passando pela região central da cidade com destino à Diretoria de Ensino, na Vila Falcão. A iniciativa foi do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), que quer chamar a atenção da população e das autoridades para questões relativas ao ensino público.

De acordo com a coordenadora da Apeoesp na cidade, Maria José Oliveira dos Santos, os professores pretendem se aproximar mais da sociedade para discutir temas relativos ao ensino e lutar por melhoria nos salários e nas condições de ensino e de trabalho. “Além da nossa luta, queremos encontrar um meio de discutir com a sociedade a questão da violência, que tem prejudicado muito as escolas.

Precisamos encontrar mecanismos para que este problema social não entre nos colégios”, afirma.O comboio contou com alguns carros pilotados por professores e um ônibus que está percorrendo todo o Estado.

Os participantes saíram da Praça da Paz, passaram pela avenida Nações Unidas, pelo Centro da cidade e se dirigiram para a Vila Falcão, na Diretoria de Ensino, onde realizaram, com auxílio de um alto falante, uma breve discussão a respeito da conjuntura do ensino público.Segundo Maria José, a carreata irá acontecer em todas as cidades do Estado onde houver representação da Apeoesp. “A movimentação começou no dia 6 de setembro em Pindamonhangaba, depois passou por Aparecida e, desde então, vem percorrendo São Paulo”, explica.A participação não foi maciça. Para a coordenadora regional, a data escolhida foi determinante. “Convidamos todos os professores, de Bauru e região.

No entanto, temos um problema por hoje ser um dia letivo. Com isso, muitos professores estão em sala, trabalhando. A participação mais efetiva é de quem ministrou aula no período da manhã e tem a tarde livre”, explica

20.9.06

>> Matrícula antecipada nas escolas públicas de SP termina dia 29 .

O programa de matrícula antecipada nas escolas públicas de São Paulo termina no próximo dia 29. O cadastro foi aberto no início do mês pela Secretaria de Estado da Educação, em conjunto com os 645 municípios paulistas, para atender à demanda de 2007 no ensino fundamental.A intenção do projeto é garantir que haja vaga próxima à casa dos interessados.

Durante o cadastramento, os pais devem procurar qualquer escola estadual ou municipal. Precisam ser cadastradas crianças com seis anos completos ou a completar até o final de 2006 que não freqüentam escola de educação infantil pública e crianças e adolescentes a partir de oito anos completos em 2006, que também não estão na escola.

Segundo o governo do Estado, na capital, os pais de alunos da pré-escola municipal foram consultados previamente sobre o interesse em matricular seus filhos na 1ª série, em uma escola estadual ou municipal em 2007, no período 1 a 14 de agosto.

>> Nível superior é raro em dirigentes brasileiros.

Uma pesquisa realizada pelo instituto Observatório Universitário revela que a maioria das pessoas que ocupam cargos de chefia nos mais de cinco mil municípios brasileiros não completou um curso universitário. Divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo a partir de dados do Censo 2000 do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o levantamento mostra que somente 32% dos dirigentes, legisladores, diretores ou gerentes do setor público e 27% de empresas privadas têm formação de nível superior.


Para demonstrar este cenário, o IBGE separou apenas aqueles trabalhadores que se encontram no grupo de membros superiores do poder público, de gerentes ou de dirigentes de organizações de interesse público ou de empresas privadas.


"A falta de profissionais qualificados e habilitados em níveis gerenciais ou nos cargos mais elevados, tanto no setor público quanto no privado, tem causado enorme prejuízo socioeconômico ao país", afirma o presidente do Conselho Federal de Administração, Rui Otávio de Andrade. Para ele, a força de trabalho brasileira não está preparada para atender às demandas de crescimento da economia.


Já para o vice-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior Particular, Antonio Carbonari Netto, acredita que o motivo da falta de profissionais qualificados em cargos de chefia é o fato de muitas empresas ainda serem familiares, com muitos pais passando a gestão para filhos sem preparo. Especialistas citam também que cursos universitários rígidos e restritivos também contribuem para uma baixa formação de profissionais graduados nas organizações brasileiras.


Municípios prejudicados

Para a Associação brasileira dos Municípios, o baixo nível dos cargos de gerência é reflexo do baixo nível educacional de toda a população. "O gestor público vem dessa sociedade em que a mão-de-obra qualificada é escassa", afirma diretor-executivo da entidade, José Carlos Rassier.
Para tentar modificar este cenário, a ABM organiza cursos de capacitação de gestores. Segundo a entidade, boa parte das irregularidades cometidas por municípios não eram fruto de má-fé, mas de má gestão. Um dos motivos da má gestão é, segundo Rassier, e complexidade da legislação brasileira.


Gestores públicos reconhecem as dificuldades. Sylvio Tejada Xavier, prefeito de Tapes, no interior do Rio Grande do Sul, conta que tem dificuldade de contratar profissionais de nível superior com os salários que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite oferecer.
Ele também cita um problema comum em pequenas cidades brasileiras. "Diariamente, saem do meu município cerca de 250 pessoas para fazer cursos superiores em cidades vizinhas. Só que elas acabam se formando e buscando oportunidades de trabalho em centros maiores", diz ele.