21.8.06

>> Enem recebe 3,7 milhões de inscrições em 2006.

A nona edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) recebeu cerca de 3,7 milhões de inscrições em todo o País, o que representa um aumento de 24% em relação ao ano passado. A prova do será aplicada em 800 municípios, no próximo dia 27, às 13h (horário de Brasília). Mas o aluno deve chegar ao local com pelo menos uma hora de antecedência.


Desse total, 2,1 milhões são estudantes que devem concluir o ensino médio até o final deste ano, dos quais cerca de 1,9 milhão é proveniente de escolas públicas. O restante (1,6 milhão) já fez a prova em edições anteriores. Ao todo, 3,3 milhões estão isentos da taxa de inscrição, de acordo com o Ministério da Educação (MEC).


Cartão

O MEC informou que o Cartão de Confirmação de Inscrição (que contém o número de inscrição e local de prova) já foi entregue às escolas ou ao endereço indicado na ficha de inscrição. O documento deve ser levado no dia da prova. Mas caso o inscrito não tenha o cartão, é possível apresentar o documento de identidade. O MEC ressalta que ninguém será impedido de fazer a prova se não tiver o cartão.


A partir desta segunda-feira, é possível consultar o local do exame no site do Enem ou pelo telefone 0800-616161. A lista também estará disponível nas escolas onde o aluno realizou a inscrição e nas agências dos Correios de todo o País.
Para a consulta via Internet, é preciso informar o Estado e preencher pelo menos três dos campos pedidos: nome completo, data de nascimento, Cadastro de Pessoa Física (CPF), Número de Identificação Social (NIS), documento de identidade e nome da mãe.

>> Faculdades particulares driblam a crise com choque de gestão.

Universidade faculdades particulares que sobrevivem à crise não são boas apenas em qualidade, mas também em gestão. Depois do boom do setor, que entre 1994 e 2004 supriu a grande demanda reprimida de vagas, agora resistem os bons. A Faculdade de Campinas (Facamp) e o Ibmec São Paulo são exemplos disso. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
O diretor de operações do Ibmec diz que preferiu não investir em infra-estrutura.

O campus de 10 mil metros quadrados e custo de R$ 50 milhões abertos neste ano na Vila Olímpia foi construído por outra empresa e alugado pelo Ibmec.
Criado em 1999 em uma parceria com outras empresas, o Ibmec, a partir de 2004, virou uma instituição sem fins lucrativos. Hoje tem uma receita de R$ 63 milhões oriunda exclusivamente do pagamento das mensalidades de cerca de 2500 alunos.

Deixando de lado a propaganda, o Ibmec apostou no boca-a-boca como meio de divulgação, ficando conhecido por roubar grandes professores de instituições como Universidade de São Paulo (USP) e Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A receita da estrutura do Ibmec é seguida pela Facamp. "Cada vez que o aluno aperta o botão do elevador, perde-se dinheiro", diz o economista João Manuel Cardoso de Mello, que inaugurou a instituição apostando em prédios térreos. A proposta de gestão deu resultado. Nos últimos meses, investidores internacionais tentaram comprar quatro vezes a faculdade, que tem apenas 2% de inadimplência, um recorde no setor.

Além de investir na parte administrativa, A Facamp investiu em currículos diferenciados. O período de aula é sempre integral e todos os alunos precisam cursar aulas de português, inglês e filosofia.

Ambas as instituições acreditam que ensino superior barato é balela. As mensalidades de Ibmec e Facamp giram em torno de R$ 2 mil. Mello, da Facamp, diz que até oferece bolsas de estudos, mas tem consciência que oferece algo acessível para poucos. "Só dá para oferecer ensino de qualidade para os pobres se o Estado pagar."

>> Uma medida de bom senso.

De acordo com o secretário de Estado adjunto da Educação, o novo prazo será divulgado esta segunda-feira.
A medida responde ao pedido da Federação Nacional de Professores, tendo em conta que muitos docentes estão de férias.

"É uma medida de bom-senso. É positivo que as colocações tenham sido anunciadas com alguns dias de antecedência, mas há que salvaguardar o facto de um conjunto de professores poder estar em férias e, portanto, só saber tardiamente a sua colocação", afirmou António Avelãs, da Fenprof.
Os professores vão assim ter mais tempo para aceitar as colocações nas escolas.

18.8.06

>> Gastos com educação cresceram nos últimos anos.

Participação dos gastos com educação cresceu de 14% em 1999 para 16 % da despesa total dos governos estaduais em 2002

A participação dos gastos com educação cresceu de 14%, em 1999, para 16 % da despesa total dos governos estaduais em 2002, segundo revela pesquisa divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. Já nos municípios pesquisados, a participação da educação cresceu de 18% para 21%, no período.
Os técnicos do IBGE afirmam no documento de divulgação da pesquisa que "num contexto de limitação orçamentária, a hierarquia dos gastos governamentais esteve fortemente relacionada às despesas obrigatórias ligadas, principalmente, à saúde e à educação" no período pesquisado.

>> OAB realiza 1ª fase do 130º exame neste domingo.

Neste domingo (20/08), 19.622 inscritos farão a prova da 1ª fase do 130º Exame de Ordem da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil Secção de São Paulo). As provas serão aplicadas das 8h às 13h, nos 28 locais divulgados pela Vunesp (Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista), que organiza o processo de seleção.

Os candidatos devem chegar com uma hora de antecedência (7h) aos locais de prova, portando RG, comprovante de inscrição e caneta esferográfica azul ou preta.Esta primeira prova será objetiva, com 100 questões de múltipla escolha sobre as seguintes matérias: direito constitucional, direito civil, direito comercial, direito penal, direito do trabalho, direito administrativo, direito tributário, direito processual civil, direito processual penal e direito processual do trabalho.

O exame também terá questões sobre o Estatuto da OAB, seu Regulamento Geral e o Código de Ética e Disciplina. O gabarito será divulgado no início da próxima semana. Os candidatos que atingirem 50% de acerto das questões da primeira fase serão convocados para a prova prático-profissional (segunda fase), que será aplicada no dia 17 de setembro.
A segunda prova compreenderá redação de peça profissional e cinco questões práticas.

Exame 129

O último Exame de Ordem, realizado no mês de maio, aprovou 9,79% dos candidatos, no que foi o terceiro pior resultado nos 35 anos de realização das provas. Do total de 22.207 bacharéis, 1.232 estiveram ausentes e foram habilitados 2.873 para a segunda fase e também fizeram a prova 1.175 candidatos de releitura do Exame 128. Foram aprovados para a segunda fase 4.048 candidatos e, ao final, 2.053. "

Nos preocupa este número baixo de aprovados que, sem dúvida, reflete a má formação dos bacharel e o decréscimo na qualidade do ensino jurídico, desencadeado por um volume excessivo de cursos de Direito, que já somam 959 no país e 213 em São Paulo", comenta o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso.A avaliação é requisito obrigatório para o exercício da profissão de advogado e é destinada aos bacharéis em direito que tenham concluído a graduação. O candidato deverá optar por uma das seguintes áreas do direito: civil, penal, tributário e do trabalho.

>> PUC-SP inaugura unidade em Barueri.

Expansão da universidade teve início em março de 2005, com a inauguração do campus Santana

SÃO PAULO - A PUC-SP inaugura na próxima segunda-feira, dia 21, sua nova unidade em Barueri, na Grande São Paulo, em parceria com a prefeitura do município. Em 2007, o local deverá ganhar o status de campus, com aprovação do MEC para a abertura de graduação. Estão previstos cursos como Educação Física, Gerontologia e Fisioterapia.

Atualmente, funcionam no local aulas do cursinho preparatório Formação Complementar para Vestibulandos (Foco). Coordenado pela Pastoral Universitária da PUC-SP, o cursinho é voltado a pessoas de baixa renda.
As inscrições para os cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) e extensão, que começam a funcionar ainda este mês na nova unidade, já estão abertas.

Há opções de pós-graduação em Direito, MBA e Educação Física da Pré-Escola, além de diversos cursos de extensão em Fonoaudiologia, Educação, Psicologia, Direito e da Universidade Aberta para a Maturidade.
A expansão da PUC-SP teve início em março de 2005, com a inauguração do campus Santana. Trata-se de uma medida para ampliação de receita, necessária para conter a crise pela qual passa a universidade

17.8.06

>> Manifestação na PUC-SP - "Cadeiraço".

>> São Paulo suspende avaliação de escolas.

O governo paulista decidiu cancelar neste ano o Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar no Estado de São Paulo (Saresp), prova feita com alunos da rede pública. Segundo o jornal Estado de São Paulo, a Secretaria da Educação informou que o exame não será aplicado porque não houve tempo para estruturar a prova de 2006 e avaliar os resultados de 2005.


Muitos professores afirmaram que desconheciam da decisão. "Se tem um motivo justo (para a suspensão), é preciso explicar o que aconteceu", disse a presidente do sindicato dos professores, Maria Izabel Noronha.
A suspensão do Saresp pode estar relacionada também à concorrência com a Prova Brasil. Criada em 2005 pelo Ministério da Educação (MEC), a avaliação nacional é realizada de forma semelhante, mas oferecida gratuitamente a todas as redes públicas do País.


Para a ex-secretária da Educação Rose Neubauer, o governo tomou o rumo correto. "Acredito que foi uma decisão prudente, em defesa do recurso público", disse. A prova custa R$ 9 milhões. Para ela, é preciso estudar melhor os resultados do exame para que realmente possam orientar políticas.

>> Enade: 61% dos alunos vieram da rede pública.

O perfil socioeconômico dos alunos avaliados pelo Enade 2005 mostra que, em média, 60,6% fizeram o ensino médio em escola pública. Além disso, 33,6% se declararam pretos ou pardos e 29% pertencem a famílias com renda de até três salários mínimos por mês.

Segundo informações do jornal Folha de S.Paulo, os números mostram que o projeto de cotas será praticamente nulo para alguns cursos em que o percentual de alunos egressos do ensino médio da rede pública já ultrapassa os 50% atualmente.


O projeto, que aguarda votação na Câmara, prevê a reserva das vagas de todos os cursos de universidades federais para egressos médio público. Entre elas, há proporção para pretos e pardos segundo a população do Estado onde a instituição fica.
Quando o foco é a renda, nota-se um pequeno aumento no percentual de formandos que pertencem a famílias com até três salários mínimos mensais.

Passou de 24,6% em 2002 para 29% no ano passado. O número de quem se declara pretos ou pardos também cresceu: 28% para 33,6%.
A análise também mostra - apesar de ser impossível fazer uma comparação direta - que, em 2004, apenas 34,7% dos estudantes eram egressos da rede pública.

Só 20,7% se declararam pretos e pardos e 17,5% tinham renda familiar de até três salários mínimos. No entanto, naquele ano, os cursos avaliados foram os considerados de "elite", como medicina e odontologia.

16.8.06

>> Unicamp aprova criação de 12 cursos em campus de Limeira.

O Consu (Conselho Universitário) da Unicamp aprovou na tarde de ontem a criação de 12 cursos para o novo campus de Limeira (151 km a noroeste de São Paulo).Porém, a implantação dos cursos dependem de aprovação na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e da incorporação, na lei, de um adicional para a contratação de docentes e funcionários e a manutenção das atividades do campus.

De acordo com a assessoria de imprensa da universidade, um acordo assinado em dezembro de 2005 com o governo do Estado aprovou um adicional de 0,05% na cota-parte da Unicamp no ICMS do Estado. Esse percentual seria acrescentado aos recursos da universidade a partir de 2007.Os cursos aprovados pelo Consu são os seguintes: engenharia de produção, engenharia de manufatura, terapia ocupacional, fisioterapia, nutrição, ciências do esporte, conservação e restauro, produção cultural, gestão de agronegócio, gestão de comércio internacional, gestão de políticas públicas e gestão de empresas.

>> Ministérios criam Plano Nacional do Livro e Leitura.

Acesso ao livro, valorização da leitura e fortalecimento da produção do livro constituem as bases do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) instituído pelos Ministérios da Educação e da Cultura. Com duração de três anos, o plano será executado em regime de colaboração entre os governos federal, distrital, estaduais e municipais.


A Portaria nº 1.442, assinada pelos ministros da Educação, Fernando Haddad, e da Cultura, Gilberto Gil, publicada no Diário Oficial da União em 11 de agosto, cria um conselho deliberativo, uma coordenação executiva e um conselho consultivo, que serão responsáveis pela dinamização das atividades do PNLL, e estabelece que os dois ministérios determinarão a cada ano um calendário de atividades e de eventos.


Além das áreas governamentais da educação e da cultura, participam dos conselhos e da coordenação representações dos autores, editores, bibliotecários, especialistas em leitura e a Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), na condição de assessora. A íntegra da Portaria nº 1.442 está no Diário Oficial da União de 11 de agosto, Seção 1, páginas 18 e 19.

>> Governo oferece recursos para alfabetização de jovens e adultos.

Universidades públicas, instituições e entidades privadas sem fins lucrativos, organizações não-governamentais, sindicatos e associações têm até o próximo dia 21 para declarar ao Ministério da Educação se desejam participar das ações de alfabetização de jovens e adultos. As entidades e instituições que aderirem ao Programa Brasil Alfabetizado receberão recursos federais para formar alfabetizadores e para ensinar jovens e adultos. Com a declaração de compromisso, elas devem enviar a relação dos municípios que desejam atender e a quantidade de alunos. O prazo para enviar o plano pedagógico para análise da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) é até 11 de setembro.

Depois de assinados os convênios, as entidades terão mais 30 dias para enviar os cadastros de alfabetizadores, alunos, turmas e coordenadores de turmas. Os recursos federais serão repassados em duas parcelas: a primeira de 60% do valor conveniado e a segunda, de 40%.
Para participar do programa, as entidades devem oferecer cursos de alfabetização, com duração mínima de seis meses e máxima de oito meses, com carga horária variável de 240 a 320 horas. O valor do repasse para a formação inicial é de R$ 40,00 por alfabetizador e mais R$ 7,00 por mês, para a formação continuada. Já a bolsa para o alfabetizador pode variar de R$ 120,00 a 150,00 por mês e mais R$ 7,00 mensais por aluno em sala de aula.

A bolsa de R$ 150,00 é para os professores que têm nas suas turmas jovens e adultos com necessidades especiais, população carcerária ou jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.
A Resolução nº 31 foi publicada no Diário Oficial da União de 11 de agosto, Seção 1, páginas 19 a 22. A declaração de compromisso e o formulário estão na página eletrônica da Secad. Em 2005, seis instituições de ensino superior e 47 organizações da sociedade civil participaram do programa e colocaram nas salas de aula 861 mil jovens e adultos.

15.8.06

>> Faculdade paulista vai fechar as portas por falta de recursos.

Aberta em 2000, a faculdade paulista Tancredo Neves vai fechar as portas sem nunca ter dado lucro. No final de julho, os alunos foram dispensados porque não havia turmas suficientes para manter a faculdade funcionando. Apenas os estudantes dos últimos anos puderam continuar estudando. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Segundo o mantenedor da faculdade, Arnold Fioravante, a instituição precisaria de verbas para demitir os professores e funcionários, então decidiu continuar recebendo algumas mensalidades. Ele conta que, desde o primeiro ano, precisava colocar cerca de R$ 300 mil na instituição, todo mês, para cobrir déficits. "

Tínhamos um projeto de cursos espetacular, eu tinha esperança que daria certo", lamenta. Para ele, o problema foi que os alunos "não conseguiram acompanhar o nível de exigência" e foram abandonando a faculdade. Fioravante diz que o vestibular não selecionava, como é comum nas faculdades particulares. Quem recebia a bolsa do ProUni, programa do Ministério da Educação que dá o benefício a alunos carentes em troca de isenção fiscal, não precisava passar pelo vestibular.


Neste ano, havia pouco mais de 100 alunos numa estrutura cara, com computadores individuais, carteiras estofadas e professores doutores. "Cobrávamos R$ 700 de mensalidade, quando deveríamos cobrar R$ 2 mil." A Tancredo chegou a ter 400 alunos e recentemente convivia com classes de apenas cinco. Os alunos, apesar de elogiarem o nível de ensino, reclamaram da maneira como foram avisados e culpam a administração pelo fim da instituição.
"Fomos jogados na rua, sem qualquer ajuda", diz Henrique Santana Menezes, de 21 anos, que estava no primeiro ano de Administração de Empresas.

Desde então, ele já procurou três faculdades para transferência e nenhuma delas o aceitou porque, além das aulas já terem começado, é bolsista do ProUni. Henrique agora espera a resposta da Universidade Anhembi Morumbi, a única que se dispôs a receber os alunos bolsistas da instituição. Segundo Fioravante, a insttuição ajudou os alunos a encontrar uma nova faculdade. Os estudantes ouvidos pelo Estado dizem o contrário. A Anhembi informou que foram os estudantes que se mobilizaram para pedir vagas em nome do grupo.

>> Semana da Educação debate a “diversidade” nas escolas.

Começa nesta terça-feira, 15 e termina na sexta, 20, a 5a. Semana da Educação de Guarulhos. O encontro é anual e realizado pela Prefeitura. Neste ano, o tema abordado será “Culturas da Cidade, Diversidade na Escola”.Na programação principal não há previsão de debate sobre os resultados da “Prova Brasil” do Ministério da Educação, que considerou as 46 escolas do Município (com uma única exceção) com desempenho abaixo das médias, já baixas, de todo o país e do Estado, e bem abaixo do mínimo de 200 pontos exigido pelo Ministério.

A abertura acontecerá às 19h30, no Centro Municipal de Educação Adamastor. Estão previstas para os seis dias 150 atividades, espalhadas por escolas municipais, praças públicas, agências bancárias, supermercados e bibliotecas da cidade. A Conferência de Abertura será proferida pelo professor Celso dos Santos Vasconcellos, da USP, cujo tema abordado será “Cidade, Diversão e Humanização: o Educador como Sujeito da Transformação”. O Centro Municipal de Educação Adamastor fica na avenida Monteiro Lobato, 734. Podem participar gratuitamente estudantes, educadores e interessados no tema.

>> Educação reprovada.

Os maus resultados obtidos pelas crianças da rede municipal de ensino em Guarulhos, abaixo até dos apurados pelos alunos da rede estadual, chegam a causar surpresa, porque é notório que o desempenho das escolas estaduais é muito inferior ao desejável. Quando a Prefeitura resolveu assumir classes do Ensino Fundamental, cogitava-se que estivesse aparelhada para tal, mesmo porque obteve recursos do governo federal para custear as despesas.

Foram construídas muitas escolas e reformadas outras, que eram responsáveis, até então, apenas pela Educação Infantil. Muitos foram os argumentos de membros da Apeoesp de que era equivocada a decisão da gestão Pietá, mas a vice-prefeita e então secretária de Educação, Eneide Moreira de Lima, contra-argumentou, afirmando que sua pasta estava plenamente capacitada para assumir tal tarefa. A “Prova Brasil” envolveu mais de três milhões de alunos do ensino fundamental, em quase todos os municípios brasileiros.

A comparação com as escolas estaduais, porém, não é de todo válida, porque o governo do Estado não aderiu à “Prova Brasil” do Ministério da Educação, ficando facultativo a cada escola participar ou não. Os resultados são, portanto, uma amostragem da qualidade do nível de ensino na rede estadual. No entanto, os resultados absolutos da rede municipal, divulgados na quinta-feira da semana passada pelo Olho Vivo, falam por si, e algumas das razões são tão visíveis quanto eram previsíveis os resultados. A gestão petista tem considerado como investimento em Educação valores gastos com aquisição de imóveis, uniformes e até com a realização de shows.

Na desapropriação da área do Adamastor, foram investidos R$ 3,5 milhões, sem contar as obras. Na aquisição do prédio hoje ocupado pela Secretaria de Educação, foram mais R$ 4,5 milhões. Qual é a efetiva contribuição desses imóveis para a qualidade de ensino oferecida às crianças? Será correto considerar que esses valores são despesas com a Educação?O que dizer, então, dos gastos com uniformes? E, muito mais grave, com os shows promovidos nas inaugurações das escolas, cuja despesa é debitada à Educação?

14.8.06

>> Escolas municipais de SP terão carga horária maior.

A partir do ano que vem, 260 mil dos 548 mil estudantes do ensino fundamental da Prefeitura de São Paulo terão uma hora a mais na escola diariamente. A grade curricular obrigatória passará de quatro para cinco horas, o que significa dois anos a mais de escolaridade ao final de oito anos. Até 2008, a ampliação deverá atingir todos os estudantes. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Para a mudança, a administração municipal acabou com o terceiro turno (no qual os alunos têm aulas entre as 11h e as 15h) em 58 colégios. Além disso, novas salas serão construídas em 97 escolas até o começo de 2007, salas especiais serão utilizadas (como salas de arte) e as turmas terão até 40 alunos.

As duas últimas medidas são criticadas. Para a professora de psicologia escolar da Unesp, Marisa Melillo Meira, acabar com as salas de arte é uma atitude equivocada porque os alunos precisam de espaços para atividades artísticas.

Maria Ângela Barbato, professora de políticas públicas de educação da PUC-SP, é contra o aumento do número de alunos. "Ter 40 alunos é muito, nenhum professor dá conta. Não adianta só garantir a permanência do aluno na escola, tem de garantir o bom ensino", afirma.

Outra ponderação é a de que as horas extras deveriam ser utilizadas para aulas de português e matemática, já que as últimas avaliações nacionais apontam um fraco desempenho nessas disciplinas. O projeto prevê que a carga horária seja preenchida com aulas nas salas de leitura e de informática.

O secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, diz que a grade poderá ser preenchida também com aulas de reforço. O secretário diz também que, para a ampliação da carga horária obrigatória, não gastará um centavo a mais, já que tudo foi feito com base em uma reestruturação administrativa.

>> Por votos, políticos propõem 86 novas universidades federais.

Especialistas em emendas para agradar suas bases eleitorais, deputados e senadores descobriram, nos últimos três anos, um novo filão: os projetos de lei que autorizam a criação de universidades federais. Desde o primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003, o número de propostas tramitando no Congresso explodiu. Chegaram a 92 em 2006, sendo que 6 já foram aprovadas. Nos oito anos anteriores, do governo Fernando Henrique Cardoso, foram apenas oito.O número de projetos foi crescendo devagar e sempre, e atingiu o auge em 2005. Em 2003, quando o governo Lula ainda tinha apenas anunciado a intenção de expandir o sistema federal de ensino, foram 13. Em 2004, pularam para 20. No ano seguinte, alcançaram 39. Este ano, são 20 somente até julho. Neste segundo semestre, como as atividades no Congresso diminuem por conta das eleições, o ritmo de propostas tende a cair.

O súbito interesse dos parlamentares por novas universidades federais tem o objetivo de se contrapor à intenção do governo Lula de criar novas instituições por conta própria. Desde que assumiu, o presidente lançou um plano ambicioso para aumentar as vagas no ensino superior. O plano prevê a abertura de quatro novas universidades e 48 projetos de unidades para instituições já existentes (ver texto ao lado). No plano de governo para um segundo mandato, novas instituições e expansões estão planejadas."Há tempos não se criavam novas instituições. A decisão do governo despertou o interesse dos parlamentares", admite a deputada Neyde Aparecida (PT-GO), presidente da Comissão de Educação da Câmara.

Para a educadora e secretária de Ciência e Tecnologia de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro, a expansão do governo está sendo feita sem critérios, porque era preciso reformar antes o modelo de instituições públicas e de gestão das federais."Com que dinheiro vão sustentar mais universidades se hoje o MEC já gasta, de cada R$ 100 da educação, R$75 com as universidades? Como fica o discurso de que a prioridade tem que ser a qualidade da educação básica?" Para ela, seria mais útil para o País fazer investimentos na criação de cursos tecnológicos e técnicos.A deputada Neyde não está entre os que apresentaram projetos para seu Estado, mas Goiás é o campeão de propostas. Existem 12 pedidos para o Estado, incluindo instituições na Chapada dos Veadeiros e duas no entorno do Distrito Federal.

Hoje, Goiás possui uma universidade federal e três Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets).São Paulo aparece ao lado de Goiás, também com 12 pedidos. O Estado tem a maior bancada de parlamentares e um dos menores números de vagas em universidades federais.Minas está em quarto lugar na lista de pedidos, com sete propostas feitas por sua bancada estadual. É, certamente, o Estado que menos precisa de instituições federais de ensino superior. Tem nada menos que 11 universidades, sete faculdades de tecnologia e seis Cefets com ensino superior. É o mais bem servido entre os Estados da Federação.Das 92 propostas totais, as seis aprovadas foram apresentadas pelo Executivo. As instituições já começaram a ser implementadas, como a Universidade do Grande ABC, em São Paulo, que divulgou a lista de aprovados em seu vestibular neste mês, e a de Campanha, no Rio Grande do Sul.

IMPROVÁVEIS
O surto de criação de universidades envolve parlamentares de todos os partidos, do PT ao oposicionista PFL, e de todo o País. Cada um tenta garantir uma nova instituição para seu reduto eleitoral, embora a chance de concretização dos projetos seja pouco provável. Isso porque as propostas dos parlamentares só podem dar autorização ao governo. Ou seja, o Executivo não tem obrigação de cumpri-las.Mesmo assim, alguns parlamentares são insistentes. O campeão é Inocêncio Oliveira (PL-PE), que apresentou nada menos que cinco projetos nos últimos três anos, criando as mesmas instituições, na Zona da Mata e no sertão pernambucano.

Procurado pelo Estado, Inocêncio não foi encontrado. Está em campanha justamente nessas duas regiões."Os projetos funcionam como uma mobilização. Se os deputados não fizerem isso, como o presidente vai ficar sabendo de suas reivindicações?", diz a deputada Neyde. Por isso, muitos não se dão ao trabalho de fazer um projeto de lei. Contentam-se com uma indicação - uma sugestão ao Executivo - para criar uma universidade. Além dos projetos, já existem mais de 150 indicações no Congresso.A chance de as instituições saírem do papel é mínima.

O Ministério da Educação (MEC) prevê, em suas propostas de expansão, um investimento inicial de R$ 8 milhões para cada uma das instituições que está criando - isso sem contar o aumento da despesa permanente de custeio, com salários de professores, funcionários e gastos gerais. Atualmente, o orçamento das federais é de R$ 8,6 bilhões.Descontando já os projetos repetidos - deputados tendem a apresentar as mesmas propostas que seus colegas quando têm bases eleitorais semelhantes -, se o ministério acatasse todas as propostas, teria de investir cerca de R$ 600 milhões somente nas instalações das novas instituições.

O número de propostas no Congresso surpreendeu o ministro da Educação, Fernando Haddad. Mas, apesar de achar estranho que os deputados tenham encontrado tantos lugares para criar novas instituições, ele afirma que isso não vai influenciar o projeto de expansão preparado pelo MEC."Nosso projeto de expansão leva em conta análises de necessidades regionais feitas pelo governo. Não há influência dos projetos do Congresso", afirma o ministro.

>> Baixo nível da educação brasileira limita crescimento, diz estudo do Ipea.

O Brasil fez muito nas últimas décadas em matéria de educação, mas hoje há relativo consenso de que o baixo nível educacional da nossa força de trabalho é um dos fatores limitativos do crescimento. A constatação está no documento Brasil, o estado de uma nação, lançado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo o texto, a população brasileira é formada por pessoas que “podem ser tuteladas e podem até atingir bons níveis de produtividade”.

O estudo ressalta que essas pessoas têm baixa capacidade para realizar tarefas mais complexas e tomar decisões que exigem capacidade analítica mais sofisticada, o que impede o desenvolvimento. Embora reconheça que há mais ofertas, o Ipea diz que falta qualidade no ensino. Entre 1970 e 2000, o número de matrículas saiu de 1.119 para 3.680 no ensino médio, e de 425 para 2.694 no ensino superior. Entretanto, o texto qualifica de “lastimável” a educação básica no país, ao compará-la à de outros lugares. “

A pior notícia das comparações internacionais é a constatação de que a capacidade de compreensão de leitura dos alunos das nossas elites é inferior ao nível obtido pelos alunos de classes mais baixas da Europa”. Apesar do aumento do número de vagas, especialmente no ensino fundamental, os pesquisadores do Ipea consideram má a qualidade do ensino, e constatam que não há estímulo para a permanência do aluno na escola. Embora o ensino fundamental tenha se universalizado, ou seja, todos entram na escola, somente 84% concluem a quarta série e 57% terminam o ensino fundamental.

No nível médio, o índice de conclusão é de apenas 37%, sendo que, entre indivíduos da mesma idade, que entram ao mesmo tempo na escola, apenas 28% saem com diploma. O estudo relaciona a evasão à condição social do aluno. Na categoria dos 20% mais pobres do país, 95,2% dos alunos entre 7 e 14 anos estão na escola. Quando chegam à idade entre 15 e 17 anos, a proporção cai para 73,6%. No grupo entre 18 e 24 anos, apenas 28% permanecem estudando. Entre os 20% mais ricos, 99,3% das crianças entre 7 e 14 anos estão na escola.

Dos 15 aos 17 anos a parcela é de 94,6% e dos 18 aos 24 anos, 51,6%. “A ordem do dia é investir incansavelmente em qualidade, passando pela melhor qualificação dos professores, pela melhoria da infra-estrutura de ensino e pela motivação de seus profissionais”, conclui o texto do Ipea.

>> Protesto de estudantes pára trânsito em avenidas de São Paulo.

Um protesto de ao menos mil estudantes contra a política educacional do governo do Estado de São Paulo provoca congestionamento em pontos das regiões central e Ibirapuera na manhã de sexta-feira.

Às 11h30, os estudantes estavam perto do viaduto Pedroso, na avenida Brigadeiro Luiz Antônio, e seguiam para o Largo São Francisco, na região central de São Paulo.

A CET (Companhia de Engenharia e Tráfego) registrou lentidão nas avenidas Brigadeiro e Paulista e nas alamedas próximas ao local da manifestação --alternativas para quem pegaria as duas avenidas.

Segundo informou a CET, o principal ponto de lentidão entre 11h e 11h30 foi registrado em trecho próximo à avenida Pedro Álvares Cabral e à rua Ascendino Reis, no Ibirapuera. O congestionamento chegou a 3 km.

Às 11h30, o índice de congestionamento da cidade chegou a 72 km, quando a média para o horário é de 40 km.

11.8.06

>> Técnicos da equipe de Educação Especial avaliam alunos com dificuldade de aprendizagem.

Assessoria/Seduc-MT Entre os dias 14 e 31 de agosto técnicos da equipe de Educação Especial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) vão percorrer cinco municípios do Estado para fazer a avaliação de alunos que apresentam dificuldades na aprendizagem e comportamento. A iniciativa é um atendimento às solicitações feitas por escolas da rede estadual de ensino. Conforme explica a técnica da Educação Especial, Regina Dias de Moura, essas avaliações são importantes para verificar o nível de necessidade apresentada por cada criança. “

Criança com alto grau de comprometimento precisa de sala especial e de pessoas adequadas para atendê-las, por isso a importância de irmos até a escola para averiguar quais as dificuldades apresentadas por elas”, observou. A avaliação é feita sempre que as escolas comunicam à Seduc suspeitas de algum aluno Portador de Necessidade Especial (PNE). “

Quando a escola perceber alguma dificuldade no aluno, tanto no comportamento quanto no aprendizado, ela deve enviar um ofício solicitando a nossa visita”, acrescentou Regina. Ela ainda alerta as escolas para que não neguem atendimento as crianças PNEs, pois elas são amparadas pela Lei Federal 7.853/89, onde garante reclusão de um a quatro anos e multa para o estabelecimento de ensino que negar acesso. “O diretor é obrigado a receber o aluno e oferecer um atendimento adequado a ele”, concluiu.