22.9.06
>> MEC integra informações sobre instituições de ensino superior.
"Vamos ampliar a transparência nas instituições", disse o ministro Fernando Haddad. Para ele, a ferramenta ajudará a recuperar auto-estima das universidades públicas, iniciada com a reconstrução e expansão do ensino superior. Para o diretor de Desenvolvimento da Educação Superior do MEC, Manoel Palácios, o sistema beneficiará o ministério, as universidades e o colegiado de dirigentes de universidades federais. "
O sistema tornará as universidades mais transparentes para o MEC, de modo que possamos trabalhar pelo futuro da educação pública federal".
A expectativa é que as informações das instituições possam ser visualizadas a partir de 29 de setembro.
>> Cursinhos populares oferecem mais que preparação ao vestibular.
» ONG oferece pré-vestibular gratuito em SP
A pró-reitora de extensão da Unesp, Maria Amélia Máximo de Araújo, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, destaca o compromisso social dos cursinhos. "O importante não é só o ingresso. Na vivência, o estudante passa a ter outra visão de mundo, aumenta a auto-estima. Passa a batalhar também o emprego".
Além de fortalecer os conteúdos do ensino médio, os estudantes tomam conhecimentos de outras oportunidades. "É lá que o jovem percebe que pode fazer um curso tecnológico ou prestar uma bolsa do Prouni", diz a pesquisadora e coordenadora do Cursinho Popular de Jandira, Silvia Maria Dias Ruedas. No cursinho da UFSCar, por exemplo, os alunos recebem aulas como ambiente, saúde pública, filosofia, exclusão social e cultura e arte africana.
No ano passado, a taxa de ingresso no ensino superior dos alunos do Cursinho Popular de Jandira foi de 7%. No cursinho 20 de Novembro, desde 2002, foram 250 aprovados em mais de dois mil estudantes que passaram pelas aulas. Frei David, da ONG Educafro, que tem 255 núcleos de cursinhos no Brasil diz que uma das funções do cursinho, além de preparar para o vestibular, é despertar a consciência.
>> Brasil Alfabetizado tem cerca de 1,15 milhão de cadastrados.
Estados e municípios cadastraram 1.154.261 pessoas e mais de 58 mil educadores no Programa Brasil Alfabetizado, que é voltado para os jovens com mais de 15 anos. O programa transfere recursos financeiros a Estados, municípios, empresas privadas, universidades, organizações não-governamentais e instituições civis, parceiros que oferecem ações de combate ao analfabetismo.
O Brasil Alfabetizado é gerido pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC)."Alcançaremos a meta de 2006 para colocar mais 2 milhões de jovens alfabetizandos no programa, porque o número de adesões dos Estados e municípios foi muito bom", disse Tancredo Maia Filho, coordenador-geral de alfabetização da Secad."Temos, ainda, a forte participação de entidades sem fins lucrativos e demais organizações civis que nos ajudarão a atingir esse objetivo", afirmou.Com os novos cadastros, os 22 Estados e 595 municípios participantes ficam responsáveis pelo ensino de 57,8% dos alunos.
Resta às entidades não-governamentais e instituições de ensino superior públicas e privadas, sem fins lucrativos, a formação dos demais estudantes.Este ano, o repasse passou a ser feito automaticamente em até cinco parcelas, para os Estados, e em duas para as entidades. Os alfabetizadores recebem uma bolsa mensal de R$ 120 e mais R$ 7, por aluno. O limite é de 25 jovens por turma. O valor sobe para R$ 150 quando lecionam para alunos com necessidades especiais, população carcerária e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.
21.9.06
>> Professores fazem carreata em prol do ensino.
De acordo com a coordenadora da Apeoesp na cidade, Maria José Oliveira dos Santos, os professores pretendem se aproximar mais da sociedade para discutir temas relativos ao ensino e lutar por melhoria nos salários e nas condições de ensino e de trabalho. “Além da nossa luta, queremos encontrar um meio de discutir com a sociedade a questão da violência, que tem prejudicado muito as escolas.
Precisamos encontrar mecanismos para que este problema social não entre nos colégios”, afirma.O comboio contou com alguns carros pilotados por professores e um ônibus que está percorrendo todo o Estado.
Os participantes saíram da Praça da Paz, passaram pela avenida Nações Unidas, pelo Centro da cidade e se dirigiram para a Vila Falcão, na Diretoria de Ensino, onde realizaram, com auxílio de um alto falante, uma breve discussão a respeito da conjuntura do ensino público.Segundo Maria José, a carreata irá acontecer em todas as cidades do Estado onde houver representação da Apeoesp. “A movimentação começou no dia 6 de setembro em Pindamonhangaba, depois passou por Aparecida e, desde então, vem percorrendo São Paulo”, explica.A participação não foi maciça. Para a coordenadora regional, a data escolhida foi determinante. “Convidamos todos os professores, de Bauru e região.
No entanto, temos um problema por hoje ser um dia letivo. Com isso, muitos professores estão em sala, trabalhando. A participação mais efetiva é de quem ministrou aula no período da manhã e tem a tarde livre”, explica
20.9.06
>> Matrícula antecipada nas escolas públicas de SP termina dia 29 .
O programa de matrícula antecipada nas escolas públicas de São Paulo termina no próximo dia 29. O cadastro foi aberto no início do mês pela Secretaria de Estado da Educação, em conjunto com os 645 municípios paulistas, para atender à demanda de 2007 no ensino fundamental.A intenção do projeto é garantir que haja vaga próxima à casa dos interessados.
Durante o cadastramento, os pais devem procurar qualquer escola estadual ou municipal. Precisam ser cadastradas crianças com seis anos completos ou a completar até o final de 2006 que não freqüentam escola de educação infantil pública e crianças e adolescentes a partir de oito anos completos em 2006, que também não estão na escola.
Segundo o governo do Estado, na capital, os pais de alunos da pré-escola municipal foram consultados previamente sobre o interesse em matricular seus filhos na 1ª série, em uma escola estadual ou municipal em 2007, no período 1 a 14 de agosto.
>> Nível superior é raro em dirigentes brasileiros.
Uma pesquisa realizada pelo instituto Observatório Universitário revela que a maioria das pessoas que ocupam cargos de chefia nos mais de cinco mil municípios brasileiros não completou um curso universitário. Divulgado pelo jornal Folha de S.Paulo a partir de dados do Censo 2000 do IBGE (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o levantamento mostra que somente 32% dos dirigentes, legisladores, diretores ou gerentes do setor público e 27% de empresas privadas têm formação de nível superior.
Para demonstrar este cenário, o IBGE separou apenas aqueles trabalhadores que se encontram no grupo de membros superiores do poder público, de gerentes ou de dirigentes de organizações de interesse público ou de empresas privadas.
"A falta de profissionais qualificados e habilitados em níveis gerenciais ou nos cargos mais elevados, tanto no setor público quanto no privado, tem causado enorme prejuízo socioeconômico ao país", afirma o presidente do Conselho Federal de Administração, Rui Otávio de Andrade. Para ele, a força de trabalho brasileira não está preparada para atender às demandas de crescimento da economia.
Já para o vice-presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior Particular, Antonio Carbonari Netto, acredita que o motivo da falta de profissionais qualificados em cargos de chefia é o fato de muitas empresas ainda serem familiares, com muitos pais passando a gestão para filhos sem preparo. Especialistas citam também que cursos universitários rígidos e restritivos também contribuem para uma baixa formação de profissionais graduados nas organizações brasileiras.
Municípios prejudicados
Para a Associação brasileira dos Municípios, o baixo nível dos cargos de gerência é reflexo do baixo nível educacional de toda a população. "O gestor público vem dessa sociedade em que a mão-de-obra qualificada é escassa", afirma diretor-executivo da entidade, José Carlos Rassier.
Para tentar modificar este cenário, a ABM organiza cursos de capacitação de gestores. Segundo a entidade, boa parte das irregularidades cometidas por municípios não eram fruto de má-fé, mas de má gestão. Um dos motivos da má gestão é, segundo Rassier, e complexidade da legislação brasileira.
Gestores públicos reconhecem as dificuldades. Sylvio Tejada Xavier, prefeito de Tapes, no interior do Rio Grande do Sul, conta que tem dificuldade de contratar profissionais de nível superior com os salários que a Lei de Responsabilidade Fiscal permite oferecer.
Ele também cita um problema comum em pequenas cidades brasileiras. "Diariamente, saem do meu município cerca de 250 pessoas para fazer cursos superiores em cidades vizinhas. Só que elas acabam se formando e buscando oportunidades de trabalho em centros maiores", diz ele.
19.9.06
>> Escolas públicas têm menos tempo de aula que particulares.
As escolas públicas brasileiras de ensino médio oferecem, em média, cerca de 50 minutos a menos de aulas por dia do que as escolas particulares. Segundo dados de 2005 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a média diária de horas de aula em estabelecimentos particulares é de 5,1 horas, enquanto, nas unidades públicas, o tempo é de 4,3 horas.
A maior distorção é na Região Norte, onde a diferença de permanência na sala de aula entre os dois tipos de alunos chega a uma hora. Na Região Sul, a diferença cai para meia hora. Para a especialista em infância e juventude da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Miriam Paura, a defasagem causa grande prejuízo aos alunos da rede pública.
"Se a rede pública está mais defasada que a particular, evidentemente, isso traz prejuízo, não só quantitativamente, mas também qualitativamente, porque deixa o estudante sem receber todo conhecimento e formação devida. Não porque aquele X de horas por dia foi deixado de oferecer, mas, se tomarmos isso durante um período maior, ou seja, um mês ou um ano, vai fazer falta", diz a especialista.
Considerando os 200 dias letivos exigidos pela legislação educacional, em um ano, as escolas públicas teriam, em média, 160 horas a menos do que as escolas particulares. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) prevê um mínimo de 800 horas de aula por ano, o que significa quatro horas de aula por dia.
Mesmo com as duas redes de ensino cumprindo a exigência da LDB, o presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Edson Nunes, considera insuficientes as 5,1 horas das escolas particulares e as 4,3 horas da rede pública.
"Seria necessário começar a discutir, de fato, um ensino médio com extensão mais longa. As escolas de elite mesmo estão fazendo regimes que vão das oito horas da manhã até as três da tarde, muitas vezes. É quase um regime de dedicação integral", destaca Nunes.
No ensino fundamental, a diferença entre a carga horária de escolas públicas e particulares é menor do que no ensino médio. Enquanto a rede particular oferece, em média, 4,5 horas de aulas, a rede pública oferece 4,3 horas. Na Região Sudeste, os dois tipos de escolas chegam a ter as mesmas 4,7 horas.
18.9.06
>> Faculdades públicas cobram mensalidades, diz levantamento.
Segundo o Ministério da Educação (MEC), existem no País 61 faculdades e universidades municipais. Dessas, apenas três não exigem pagamento de mensalidade. As 58 restantes cobram, mas a maioria, 43, está dentro da lei. A Constituição de 1988 diz que as faculdades municipais que cobravam mensalidades até aquele ano manteriam esse direito. Mas as criadas depois disso, não.
Em um levantamento feito com os dados do MEC, o jornal O Estado de S.Paulo encontrou as 15 instituições que cobram mensalidades. Elas ficam no interior dos Estados de São Paulo, Minas, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná e Rio de Janeiro. Os valores cobrados ficam entre R$ 300 e R$ 934. Quando questionadas sobre a situação, as faculdades costumam responder que "a faculdade é pública, mas é particular".
Juristas e especialistas em educação afirmam que não pode existir meio termo e negam o argumento de que algumas instituições têm autonomia em relação ao Estado por serem mantidas por autarquias e fundações municipais. "Esse argumento não vale. As faculdades não deixam de ser públicas por causa disso", afirma o promotor Marcos Tofani Baer Bahia, do Ministério Público Estadual de Minas, dizendo também que, por mais que os alunos paguem mensalidades, há sempre recursos públicos envolvidos.
As faculdades das prefeituras não são fiscalizadas pelo MEC, que cuida só das instituições federais e particulares. As municipais, assim como as estaduais, estão sob a responsabilidade dos Conselhos Estaduais de Educação (CEEs), que freqüentemente são questionados a respeito das mensalidades cobradas.
No ano passado, o Conselho de Educação do Estado de São Paulo decidiu que três faculdades municipais do interior teriam que ou parar de cobrar ou fechar as portas. As instituições só continuam funcionando e cobrando mensalidade porque obtiveram liminares (decisões provisórias) na Justiça.
13.9.06
>> Brasil investe mal em educação, diz estudo.
Os valores representam que 127% do PIB per capita em cada aluno universitário e 18% em estudantes de 1º a 8º série. A grande diferença se deve, principalmente, devido ao número de alunos matriculados. O Brasil tem cerca de 42 milhões de estudantes no ensino básico - 33 milhões só no fundamental - e 4 milhões nas universidades e faculdades.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, o relatório, chamado Education at a Glance, mostra que o País é uma dos que menos investem em ensino fundamental, ganhando apenas da Turquia. Nos EUA, o valor é de US$ 8 mil. O maior investimento é feito por Luxemburgo, que gasta quase US$ 12 mil por estudante.
O presidente Instituto de Pesquisas e Estudos Educacionais do MEC (Inep), Reynaldo Fernandes, justifica o resultado em função de o Brasil ser um país jovem relativamente e mais pobre que os outros países considerados no relatório. Ele sustenta também que, considerando investimentos gerais em educação, o Brasil está mais próximo de outros países.
12.9.06
>> Faltam 710 mil professores no País.
Uma estimativa do Ministério da Educação baseada no censo escolar de 2002 aponta que faltam cerca de 710 mil professores no País. De acordo com as projeções, há um déficit de 235 mil professores de ensino médio e 475 mil professores no ensino fundamental de quinta a oitava série. Entre as disciplinas, a demanda é maior por licenciados em matemática, física, química e biologia.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, salas de aula cheias, conflitos, salários baixos afastam novos profissionais. Ainda assim, a procura por cursos universitários que formam profissionais da educação é grande. Nos últimos dez anos, o curso de pedagogia foi um dos que tiveram maior crescimento de procura na Fuvest. O número saltou de 1.027 inscritos para 3.310, sendo que as vagas passaram de 120 para 180. O aumento da procura se deve à LDB (Lei de Diretrizes e Bases), de 1996, que estabelece a necessidade de nível superior para dar aulas na educação infantil e ensino fundamental de primeira a quarta séries.
Entidades de classe afirmam que é difícil motivar o jovem para seguir a profissão, já que historicamente ela vem sendo desvalorizada. Roberto Leão, secretário-geral da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação), diz que quem quer prestar vestibular para se tornar um educador é muito bem-vindo. "O país precisa de pessoas que aceitem o desafio para que a profissão recupere o prestígio de outras épocas."
Mediador de conflitosPara a professora de português Eva Volite Coelho, 36 anos, os profissionais de ensino acabam se tornando mediadores apenas de conflitos. "O que pesa é que não há interesse. e o número de alunos por sala é muito grande, são mais de 40", lamenta. "Quando comecei, fiquei decepcionada. Eu achava que só iria ensinar, mas tinha muitos conflitos para resolver."
Mesmo com as dificuldades, ela não pensa em deixar a profissão em que atua há nove anos. "A convivência também tem um lado positivo. É muito interessante quando a gente vê um estudante entusiasmado", conta.
>> Rede privada de ensino paga até seis vezes mais.
Mesmo representando apenas 20,8% dos estabelecimentos de ensino do País e responsáveis por apenas 13,1% de todas as matrículas, as escolas particulares podem ser o caminho mais satisfatório para os professores. De acordo com Maurício Pietrocola, professora da Faculdade de Educação da USP em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, a rede privada chega a pagar seis vezes mais comparado à rede pública de ensino.
O piso salarial até a quarta série em São Paulo é de R$ 668,09 (para uma jornada de 24 horas semanais). Da quinta série até o ensino médio, fica em R$ 773,41. Na rede particular, o piso salarial é um pouco maior e calculado sobre a hora/aula. Mas as escolas "top" costumam pagar até bem mais que o piso. Mas o presidente do Sinpro (Sindicato dos Professores de São Paulo), que representa os docentes das escolas particulares, Luiz Antonio Barbagli, chama a atenção para um aspecto negativo da rede privada. "A carreira é estagnada. O professor só cresce economicamente quando muda de escola."
Há espaço para quem tem boa formação. A Lei de Diretrizes e Bases de 1996, que estabelece a necessidade de nível superior para dar aulas na educação infantil e ensino fundamental de primeira a quarta séries, aumentou a porcentagem dos professores licenciados. Em 1999, apenas 23,3% dos professores de primeira à quarta série tinham nível superior. Em 2005, a número subiu para 47,7%.
>> Professor da UnB é acusado de racismo por alunos.
Um grupo de alunos da Universidade de Brasília (UnB) denunciou um professor da instituição por racismo. Segundo os estudantes, o professor Paulo Kramer, do Instituto de Ciência Política, pronunciou a expressão "crioulada" durante uma aula de teoria e política moderna do programa de pós-graduação em ciência política.
A palavra teria sido usada quando Kramer explicava as políticas assistencialistas implantadas para os negros nos Estados Unidos durante a década de 1960.
A expressão provocou discussão entre o professor e alguns alunos que, mais tarde, decidiram relatar o caso em uma carta ao reitor da universidade. Kramer se defendeu dizendo que fez o uso da palavra para chamar a turma à reflexão.
Ontem, uma fita com a gravação da última aula que o professor deu ao grupo de alunos que o denunciou começou a circular na Internet. No áudio, Kramer afirma que continuaria a usar a expressão "crioulada" e chama um estudante de racista negro e Ku-Klux-Klan às avessas.
O professor argumenta que tem liberdade de expressão e que os estudantes estão agindo de acordo com normas politicamente corretas.
Para o também professor Luis Felipe Miguel, 39 anos, será difícil ele permanecer na instituição caso seja comprovado que houve racismo por parte de Kramer.
A reitoria da universidade ainda não decidiu se vai instalar inquérito administrativo para apurar denúncias.
6.9.06
>> Projeto quer despertar paixão pela educação no Brasil.
» "As pessoas precisam ser chatas com educação", diz executivo
"A educação é a mais importante política pública", diz Milu Vilela, uma das idealizadoras do movimento. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o grupo inclui ainda nomes como Luiz Norberto Pascoal, Viviane Senna, José Roberto Marinho, Ana Maria Diniz e Jorge Gerdau.
O projeto inclui metas que devem ser atingidas pelo País ao longo dos anos. A idéia é levantar discussão sobre educação e despertar a paixão pelo assunto. Entre os temas que serão encampados, estão a obrigatoriedade de todas as crianças com 8 anos saberem ler e escrever, de todos os alunos concluírem o ensino fundamental e o médio e a garantia de uma boa gestão dos recursos da área
.
O Todos pela Educação vai durar até o ano de 2022, quando será comemorado o bicentenário da independência do Brasil. Esta data foi escolhida porque, para os organizadores, não há verdadeira independência sem educação.
4.9.06
>> Estudante que depreda escola prestará serviço.
Chico Siqueira
SÃO PAULO - O Ministério Público do Estado de São Paulo está aplicando penas disciplinares aos estudantes dos ensinos fundamental e médio que danificam instalações das escolas onde estudam.
A medida, que tem como objetivo impedir a depredação do patrimônio público, vale para unidades de ensino de Mirassol, Jaci, Neves Paulista, Bálsamo e Mirassolândia, cidades da região de São José do Rio Preto, no noroeste do Estado.
Seis alunos que danificaram o patrimônio com atos de vandalismo já foram condenados. Em junho, eles picharam as lousas da sala de aula com inscrições do Primeiro Comando da Capital (PCC), quebraram carteiras, queimaram cortinas e danificaram as dependências da escola.
Agora, como punição, terão de prestar serviços por seis meses nas duas escolas onde estudam, a Anísio José Moreira e a Edmur Neves, ambas em Mirassol.
"Eles podem escolher os dias, mas terão de prestar algum tipo de serviço para a escola oito horas por semana", explica o promotor de Justiça José Heitor dos Santos, curador da Infância e da Juventude da Comarca de Mirassol, autor da iniciativa.
O promotor esclarece que a prestação de serviço deve ser em trabalhos que não causem constrangimento aos alunos. Os serviços serão escolhidos pelos diretores da escola conforme as necessidades da comunidade. "Vai depender também das aptidões dos alunos, podem ser serviços de pintura, de pedreiro, auxílio aos professores, como monitores, e à administração da escola."
O Ministério Público também vai cobrar dos pais os prejuízos dos estragos. "Os pais terão de recuperar ou pagar pela recuperação do patrimônio depredado pelos filhos", diz Santos. "Se não fizerem isso, serão acionados e podem até ter bens leiloados para pagar o prejuízo que o Estado tem com o dano", explica.
Segundo o promotor, diretores e professores deverão denunciar os estragos e seus autores para a Polícia Civil. "Se o diretor ou professor se omitir, pode ser processado por improbidade e prevaricação, afastado e até mesmo preso", avisa.
Para Maria Angélica da Silva Amadeu, diretora da escola estadual Tufi Madi, de Mirassol, com 970 alunos, a medida já ajudou a trazer mudanças. "Quando se fala em promotor, os alunos já se emendam", conta. "Aqui, se o aluno pichar a carteira ou a lousa, ele é obrigado a recuperá-la", diz.
31.8.06
>> SP: alunos depredam escola por serem contrários à direção.
A polícia foi chamada para controlar o tumulto. Dez suspostos envolvidos nos atos de vandalismo, todos menores de idade, foram detidos e liberados horas depois. Ninguém ficou ferido.
A escola Maurício Nazar, uma das maiores da cidade, tem 2.020 alunos divididos em 45 turmas, da 5º série do ensino fundamental ao 3º ano de ensino médio. A direção afirma que parte dos estudantes aproveitava o intervalo para ir embora das aulas. Agora, os portões ficam fechados, o que teria causado revolta nos alunos.
A Polícia Civil abriu inquérito e a a secretaria de Estado da Educação informou que uma sindicância interna foi aberta ontem pela regional norte da Diretoria de Ensino de Guarulhos para apurar os motivos e os responsáveis pelos atos de vandalismo ocorridos na escola.
>> Olimpíada de Matemática mobiliza 14 milhões de alunos.
Os cem professores com alunos mais bem classificados ganharão um curso de aperfeiçoamento no Instituto de Matemática Pura e Aplicada.
BRASÍLIA - Mais de 14 milhões de alunos do ensino fundamental e médio de escolas públicas fizeram na terça-feira, dia 29, a prova da primeira fase da 2ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). De acordo com a diretora da olimpíada, Sueli Druck, a prova, realizada em 95% dos municípios brasileiros, foi mais elaborada em relação à do ano passado. “As questões exigiram um pouco mais de reflexão”, disse.
A olimpíada tem como objetivo estimular o estudo da matemática e criar vínculos entre o aluno e a escola. Além disso, os estudantes desenvolvem a auto-estima quando se destacam entre milhares de outros candidatos.
A premiação da olimpíada é dividida entre estudantes, professores, escolas e municípios. No total, participam 14 milhões de alunos de 32.603 escolas públicas de ensino fundamental e médio. Para os estudantes, serão distribuídas medalhas e 2.001 bolsas de iniciação científica júnior, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Os cem professores com alunos mais bem classificados ganharão um curso de aperfeiçoamento no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Além disso, cem escolas receberão laboratórios de informática. Cinco municípios (um de cada região do País) ganharão quadras de esportes. Em março de 2007, serão divulgados os nomes dos vencedores.
A Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas é organizada pelo Impa, pela Sociedade Brasileira de Matemática e pelos ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia.
>> Unicamp lança biblioteca científica online.
“Disponibilizamos inclusive os arquivos-fontes de softwares, para que possam ser modificados", explica Eduardo Galembeck, professor da Unicamp.
SÃO PAULO - Todo o conteúdo gerado ao longo de dez anos pelo Laboratório de Tecnologia Educacional (LTE) do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está agora disponível na internet, na Biblioteca Digital de Ciências. “Além de disponibilizar todo o conteúdo, queremos fazer da biblioteca um ambiente de ensino-aprendizagem, com a implementação das ferramentas de interação”, explica Eduardo Galembeck, professor da Unicamp e idealizador do projeto.
“Como subproduto, desenvolvemos ainda um gerenciador de biblioteca digital que pode abrigar outras subáreas e revistas eletrônicas no mesmo banco de dados, usando filtros específicos e tendo corpos editoriais próprios. O gerenciador será disponibilizado aos interessados sob demanda”, disse.
Além de artigos, imagens, links, apostilas, softwares e teses, o portal também já inaugurou uma das suas subáreas. “Criamos algo específico voltado para a bioquímica, que inclui a Revista Brasileira e Ensino de Bioquímica e Biologia Molecular, publicada pela Sociedade Brasileira de Bioquímica e Biologia Molecular (SBBq)”, disse Galembeck.
Os usuários da biblioteca de ciências online podem até consultar guia para cursos, como o intitulado Bioquímica na Cozinha.
Atualmente, além do português, material em inglês também pode ser submetido ao novo portal. Todo o conteúdo, antes de ir para o ar, é avaliado por revisores. “Disponibilizamos inclusive os arquivos-fontes de softwares, para que possam ser modificados, visando ao ajuste mais adequado às necessidades de cada usuário”, disse Galembeck.
29.8.06
>> Liberados R$ 836 milhões para a educação.
BRASÍLIA - Os recursos de R$ 836,5 milhões, liberados para o Ministério da Educação pela Medida Provisória nº 318, serão investidos na melhoria do ensino médio, no Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), na merenda escolar e em programas do ensino básico. A medida que libera o crédito que estava previsto no Orçamento da União, mas não havia sido votada pelo Congresso Nacional.
Do total de recursos, R$ 400 milhões irão para o ensino médio, por meio do Programa de Equalização de Oportunidades de Acesso à Educação Básica (Prodeb), conhecido como "Fundebinho"; R$ 195 milhões, para a merenda escolar; R$ 91,5 milhões, para o Fies e R$ 150 milhões, para programas do ensino básico.
Os recursos são necessários para dar continuidade a programas essenciais da educação, como o pagamento do reajuste da merenda escolar, concedido em maio deste ano. O valor diário per capita do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) para alunos da pré-escola e do ensino fundamental teve reajuste de 22%.
A medida provisória também assegura a oferta de cem mil bolsas do Fies neste segundo semestre de 2006; o reforço ao ensino médio e a programas do ensino básico, como a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas; a compra de equipamentos para a educação infantil e a aquisição de livros didáticos
28.8.06
>> Enem tem abstenção elevada.
Quase 1 milhão dos 3,7 milhões de inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não fizeram a prova ontem. A estimativa inicial do Ministério da Educação (MEC) é de que a abstenção na prova foi de 25%. A prova, realizada em mais de 800 cidades do País, deixou de ser considerada fácil por professores, como ocorreu nos últimos anos.Estudantes reclamaram de enunciados longos e professores afirmaram que foi preciso concentração para fazer as 63 questões e a redação.
Segundo o presidente do Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes, o exame teve a mesma orientação de outros anos. “O importante é que ele tenha uma boa capacidade de discriminação, não pode ser muito difícil nem muito fácil”, disse. Para ele, o número de faltas, que ainda será consolidado, foi “normal” e semelhante ao do ano passado. Por causa do grande número de inscritos, o governo concedeu 15 minutos de tolerância para o início da prova, que havia sido marcado para as 13 horas.
Mesmo assim, houve filas nos locais de exame e atrasos pelo País. Na Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), as filas começaram antes do meio dia e tomaram o quarteirão, mas todos conseguiram entrar antes de 13 horas. “Tinha que ler muito para responder uma pergunta simples, cansava demais”, disse Elvis Ramos de Oliveira, de 26 anos, jornaleiro, que fez a prova na capital. Ele participou do Enem para concorrer a uma vaga no Programa Universidade para Todos (ProUni), que estimula instituições privadas a conceder bolsas a estudantes pobres em troca de isenção fiscal.
O ProUni é considerado um dos motivos para a explosão no número de inscritos no Enem em 2005 - quando começou a funcionar - e neste ano. Só quem tem uma boa nota no exame pode concorrer à bolsa.Segundo alguns candidatos, a redação - que pedia um texto sobre leitura - foi a parte mais complicada da prova. “O tema era muito amplo, pouco objetivo”, disse Erika Mate de Figueiredo, de 20 anos. “Teve textos que eu não entendi, sobre meio ambiente”, completou a recepcionista Mariana dos Santos, de 19 anos, que fez o Enem em Porto Alegre.
Para Maria Lúcia Ferreira, os textos estavam “muito intricados”.“A prova tem ficado cada ano mais difícil”, disse a professora do Objetivo, Vera Lúcia da Costa Antunes. O Enem é interdisciplinar, com questões de múltipla escolha. Seu modelo, com muita interpretação de texto, é elogiado por educadores. A prova não é focada em conteúdo e sim em competências e habilidades.
No exame de ontem, os alunos precisavam interpretar textos de Carlos Drummond de Andrade e Oswald de Andrade. Havia gráficos sobre inflação e algumas questões sobre meio ambiente. Outras perguntas falavam sobre migrações internacionais e experiências de pedágios urbanos. Em Belo Horizonte, os candidatos reclamaram do enunciado das questões. “Você se perde na hora de ler”, disse Karem Kamal. Lorena Amanda Ventura, de 18 anos, contou que ficou tensa durante o exame porque se surpreendeu com a dificuldade. Em Manaus, os estudantes acharam a prova fácil.
ATRASOS
Na Universidade Nove de Julho (Uninove), na capital, vários candidatos se atrasaram. Carlos Eduardo Laino, de 25 anos, e seu irmão Emerson, chegaram às 13h16 ao prédio e não puderam entrar. “Saímos de casa às 9 horas e pegamos quatro ônibus”, disse Laino, que mora em Itapevi. Outra atrasada, a auxiliar de enfermagem Isabel Correia da Silva, de 40 anos, reclamou dos ônibus. “Fiquei mais de 20 minutos esperando no ponto.” A Prefeitura informou que não aumentou a frota de ônibus, que é reduzida aos domingos, por causa do Enem. Os participantes do Enem receberão suas notas entre 6 a 17 de novembro.
>> Cursos fecham e deixam bolsista à deriva.
Sua colega Alexandra Ferreira Solito, 19, teve melhor sorte. Após quase seis meses, a Uninove aceitou sua bolsa. "Ficamos desamparados, o MEC dizia que não podia ajudar." Andreza de Ávila, 19, teve de trocar jornalismo por direito, carreira oferecida pela Unibero. "As universidades dizem que já atendem ao número de bolsas."
O diretor do Departamento de Modernização e Programas da Educação Superior, Celso Carneiro Ribeiro, nega essas dificuldades e diz que, desde que o programa foi criado, cerca de 16 mil já se transferiram. Ele diz que o ministério não pode atuar quando alunos estão matriculados em instituições que não fecharam oficialmente.